Dez anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, o cineasta Alain Resnais e o poeta Jean Cayrol efetuaram um impressionante alerta à humanidade de todos os tempos.

Nos seus 32 minutos de duração, Noite e Neblina busca apresentar a cruel realidade dos campos de concentração e refletir sobre as condições que a permitiram existir.

No entanto, o filme insiste na necessidade de não olhar para os acontecimentos do passado como algo que ficou para trás. O texto de Cayrol, ele mesmo um ex-prisioneiro de guerra, retira o espectador do comodismo a fim de despertar uma vigilância constante.

Nas imagens, o filme apresenta filmagens da época em preto e branco e também novas gravações feitas a cores em Auschwitz, onde mais de 1 milhão de pessoas foram mortas.

Nelas, nota-se um imenso contraste entre as ruínas, as cercas – índices de todo o sofrimento que ali se instalou – e as bucólicas e mansas paisagens ao redor da prisão.

Mais uma vez, o filme questiona: como foi possível que tamanho mal habitasse aquele lugar? Por meio de “Noite e Neblina”, essa e outras perguntas fundamentais ainda ecoam.

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