As telas estão por toda parte: na sala, no quarto, no carro, nas mãos das crianças. Elas divertem, distraem e, muitas vezes, ajudam os pais no dia a dia. Mas junto com essa presença vem uma pergunta importante: o que o conteúdo que o seu filho assiste ensina para ele?
Para as famílias católicas, o desafio é encontrar equilíbrio. A Igreja nunca condenou o uso das telas — pelo contrário, reconhece que podem ser boas ferramentas, quando usadas com sabedoria. O problema não está na tecnologia em si, mas no que ela transmite e na forma como é usada.
Entre os desenhos mais conhecidos, Patrulha Canina é um dos campeões de audiência. É colorido, divertido e parece inofensivo. Mas será que é mesmo um conteúdo totalmente seguro para as crianças?
Parte do encanto está na simplicidade e no ritmo que a série é desenvolvida. Cada episódio segue uma estrutura fácil de acompanhar: há um problema, Ryder convoca a equipe, cada filhote cumpre uma missão e tudo termina bem. A previsibilidade traz segurança, e o dinamismo das cores, sons e movimentos prende a atenção dos pequenos. As crianças se sentem participantes daquela aventura. É quase como se pudessem também “ajudar a salvar o dia”.
Outro fator é a identificação emocional. Os filhotes representam arquétipos muito claros: o corajoso, o atrapalhado, o brincalhão, o responsável. Cada criança se reconhece em um deles, e isso cria apego e empatia. Além disso, as profissões dos personagens (bombeiro, policial, piloto, construtor) despertam o desejo de ser útil e de ter uma missão. A série, nesse ponto, toca algo bonito: a vocação ao serviço, ainda que sem referência direta a Deus.
Por fim, há o universo de fantasia e consumo que o desenho movimenta. Os brinquedos, os uniformes, os veículos e as versões “superpoderosas” transformam o enredo em um mundo à parte. Tudo é pensado para gerar continuidade — assistir, brincar, pedir, repetir. É justamente aí que o olhar dos pais precisa ser mais atento: o que começa como uma aventura divertida pode, pouco a pouco, ensinar que a alegria vem do que se tem, não do que se é.
Leia também: Por que Peppa Pig não é um desenho “seguro” para crianças?
À primeira vista, Patrulha Canina parece um desenho completamente inofensivo. Os filhotes são carismáticos, a cidade é colorida, as missões sempre têm um final feliz. No entanto, é justamente por trás dessa aparência “perfeita” que os pais precisam ter atenção. O conteúdo pode ser divertido e bem-intencionado, mas isso não significa que seja neutro — nenhum conteúdo é. Todo desenho transmite uma visão de mundo, e é essa visão que precisa ser discernida à luz da fé.
Um primeiro ponto importante é o modelo de autoridade apresentado. Em Patrulha Canina, o responsável pelas operações é Ryder, um menino que coordena um grupo de cães supertreinados, enquanto os adultos da cidade — prefeitos, moradores e até figuras públicas — aparecem, em geral, como incapazes de resolver seus próprios problemas. A criança é colocada no papel de “salvadora do mundo”, sem precisar de orientação ou limites. Isso reforça uma inversão de papéis muito comum na cultura atual: a de uma infância sem referência de autoridade, onde o adulto é espectador e a criança assume o protagonismo absoluto.
Outro aspecto a observar é a mensagem sutil sobre competência e valor pessoal. Cada filhote tem uma função específica e só é “útil” quando cumpre bem sua tarefa. Esse tipo de narrativa, embora pareça positiva, pode fazer com que a criança associe seu valor apenas ao desempenho, ao sucesso ou à eficiência. O que é uma lógica muito diferente da que aprendemos no Evangelho, onde o amor e o valor de cada pessoa não dependem do que ela faz, mas de quem ela é.
Além disso, o ritmo acelerado dos episódios, com cenas rápidas, sons difusos e pouco espaço para pausas, contribui para o que especialistas chamam de “hiperestimulação”. A criança se acostuma a um fluxo contínuo de estímulos visuais e auditivos, o que pode prejudicar sua capacidade de atenção, de imaginação e até de oração. É importante lembrar que a fé cresce no silêncio, e a infância também precisa de silêncio para amadurecer.
Conheça 5 desenhos de baixo estímulo que não viciam seus filhos nas telas.
A Igreja chama a família de “Igreja doméstica”: o primeiro lugar onde a fé e os valores são aprendidos. Por isso, mais importante do que proibir ou liberar desenhos é acompanhar o que os filhos assistem e ensinar a ver com discernimento. O papel dos pais não é apenas controlar o conteúdo, mas formar o coração dos filhos para que, mesmo sozinhos, saibam escolher o que é bom.
Em um mundo repleto de estímulos visuais, a criança precisa aprender desde cedo a fazer pausas, a observar e a distinguir o que a aproxima do bem daquilo que a afasta dele. Isso não acontece de um dia para o outro — nasce da convivência, do exemplo e das conversas simples do dia a dia. Quando os pais explicam com calma por que um comportamento na tela não é adequado, ou mostram o valor de uma atitude boa, estão ensinando algo muito maior do que regras: estão formando a consciência moral e espiritual dos filhos.
O tempo de tela deve ser equilibrado com outras atividades: brincar, ler, rezar, estar com amigos e com a natureza. Esses momentos reais são os que mais marcam a infância e ajudam a criança a crescer saudável, por dentro e por fora. A experiência concreta do mundo — o toque, o silêncio, o convívio — é o que dá profundidade à alma e protege o coração da superficialidade que tantas vezes as telas trazem.
Entenda mais sobre o uso das telas na infância.
Por fim, o mais importante não é eliminar a tecnologia, mas integrá-la à vida de fé. Quando o uso das telas é guiado pelo amor e pela presença dos pais, ela deixa de ser uma ameaça e se torna uma oportunidade. A presença atenta e serena dos pais é, em si, o maior filtro que uma criança pode ter diante do mundo digital.
***
Se você deseja oferecer aos seus filhos conteúdos que divertem e, ao mesmo tempo, os formam para o céu, conheça o Lumine Kids — um espaço com desenhos, histórias e séries que ajudam as crianças a crescerem nas virtudes, de forma leve, bonita e profundamente humana.
Assine agora mesmo e ganhe de presente o novo caderno de atividades da Vila das Virtudes.
As telas estão por toda parte: na sala, no quarto, no carro, nas mãos das crianças. Elas divertem, distraem e, muitas vezes, ajudam os pais no dia a dia. Mas junto com essa presença vem uma pergunta importante: o que o conteúdo que o seu filho assiste ensina para ele?
Para as famílias católicas, o desafio é encontrar equilíbrio. A Igreja nunca condenou o uso das telas — pelo contrário, reconhece que podem ser boas ferramentas, quando usadas com sabedoria. O problema não está na tecnologia em si, mas no que ela transmite e na forma como é usada.
Entre os desenhos mais conhecidos, Patrulha Canina é um dos campeões de audiência. É colorido, divertido e parece inofensivo. Mas será que é mesmo um conteúdo totalmente seguro para as crianças?
Parte do encanto está na simplicidade e no ritmo que a série é desenvolvida. Cada episódio segue uma estrutura fácil de acompanhar: há um problema, Ryder convoca a equipe, cada filhote cumpre uma missão e tudo termina bem. A previsibilidade traz segurança, e o dinamismo das cores, sons e movimentos prende a atenção dos pequenos. As crianças se sentem participantes daquela aventura. É quase como se pudessem também “ajudar a salvar o dia”.
Outro fator é a identificação emocional. Os filhotes representam arquétipos muito claros: o corajoso, o atrapalhado, o brincalhão, o responsável. Cada criança se reconhece em um deles, e isso cria apego e empatia. Além disso, as profissões dos personagens (bombeiro, policial, piloto, construtor) despertam o desejo de ser útil e de ter uma missão. A série, nesse ponto, toca algo bonito: a vocação ao serviço, ainda que sem referência direta a Deus.
Por fim, há o universo de fantasia e consumo que o desenho movimenta. Os brinquedos, os uniformes, os veículos e as versões “superpoderosas” transformam o enredo em um mundo à parte. Tudo é pensado para gerar continuidade — assistir, brincar, pedir, repetir. É justamente aí que o olhar dos pais precisa ser mais atento: o que começa como uma aventura divertida pode, pouco a pouco, ensinar que a alegria vem do que se tem, não do que se é.
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À primeira vista, Patrulha Canina parece um desenho completamente inofensivo. Os filhotes são carismáticos, a cidade é colorida, as missões sempre têm um final feliz. No entanto, é justamente por trás dessa aparência “perfeita” que os pais precisam ter atenção. O conteúdo pode ser divertido e bem-intencionado, mas isso não significa que seja neutro — nenhum conteúdo é. Todo desenho transmite uma visão de mundo, e é essa visão que precisa ser discernida à luz da fé.
Um primeiro ponto importante é o modelo de autoridade apresentado. Em Patrulha Canina, o responsável pelas operações é Ryder, um menino que coordena um grupo de cães supertreinados, enquanto os adultos da cidade — prefeitos, moradores e até figuras públicas — aparecem, em geral, como incapazes de resolver seus próprios problemas. A criança é colocada no papel de “salvadora do mundo”, sem precisar de orientação ou limites. Isso reforça uma inversão de papéis muito comum na cultura atual: a de uma infância sem referência de autoridade, onde o adulto é espectador e a criança assume o protagonismo absoluto.
Outro aspecto a observar é a mensagem sutil sobre competência e valor pessoal. Cada filhote tem uma função específica e só é “útil” quando cumpre bem sua tarefa. Esse tipo de narrativa, embora pareça positiva, pode fazer com que a criança associe seu valor apenas ao desempenho, ao sucesso ou à eficiência. O que é uma lógica muito diferente da que aprendemos no Evangelho, onde o amor e o valor de cada pessoa não dependem do que ela faz, mas de quem ela é.
Além disso, o ritmo acelerado dos episódios, com cenas rápidas, sons difusos e pouco espaço para pausas, contribui para o que especialistas chamam de “hiperestimulação”. A criança se acostuma a um fluxo contínuo de estímulos visuais e auditivos, o que pode prejudicar sua capacidade de atenção, de imaginação e até de oração. É importante lembrar que a fé cresce no silêncio, e a infância também precisa de silêncio para amadurecer.
Conheça 5 desenhos de baixo estímulo que não viciam seus filhos nas telas.
A Igreja chama a família de “Igreja doméstica”: o primeiro lugar onde a fé e os valores são aprendidos. Por isso, mais importante do que proibir ou liberar desenhos é acompanhar o que os filhos assistem e ensinar a ver com discernimento. O papel dos pais não é apenas controlar o conteúdo, mas formar o coração dos filhos para que, mesmo sozinhos, saibam escolher o que é bom.
Em um mundo repleto de estímulos visuais, a criança precisa aprender desde cedo a fazer pausas, a observar e a distinguir o que a aproxima do bem daquilo que a afasta dele. Isso não acontece de um dia para o outro — nasce da convivência, do exemplo e das conversas simples do dia a dia. Quando os pais explicam com calma por que um comportamento na tela não é adequado, ou mostram o valor de uma atitude boa, estão ensinando algo muito maior do que regras: estão formando a consciência moral e espiritual dos filhos.
O tempo de tela deve ser equilibrado com outras atividades: brincar, ler, rezar, estar com amigos e com a natureza. Esses momentos reais são os que mais marcam a infância e ajudam a criança a crescer saudável, por dentro e por fora. A experiência concreta do mundo — o toque, o silêncio, o convívio — é o que dá profundidade à alma e protege o coração da superficialidade que tantas vezes as telas trazem.
Entenda mais sobre o uso das telas na infância.
Por fim, o mais importante não é eliminar a tecnologia, mas integrá-la à vida de fé. Quando o uso das telas é guiado pelo amor e pela presença dos pais, ela deixa de ser uma ameaça e se torna uma oportunidade. A presença atenta e serena dos pais é, em si, o maior filtro que uma criança pode ter diante do mundo digital.
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