Você sabia que existe uma lista de filmes recomendados pelo Vaticano?
Sim. Em 1995, ano do centenário do cinema (contado a partir da primeira sessão oficial, promovida pelos irmãos Lumiére em 1895), o papa João Paulo II convidou alguns especialistas para selecionar 45 filmes produzidos até aquele período.
A Igreja Católica sempre se manifestou a respeito do papel do cinema dentro do mundo, pois sempre esteve preocupada com um assunto tão importante à alma dos fiéis, visto que o cinema é uma arte que exerce grande influência na vida das pessoas.
Em 1936, o Papa Pio XI, na encíclica Vigilanti Cura, afirmou que o cinema deveria se colocar “a serviço do aperfeiçoamento do homem”.
Já em 1957, na encíclica Miranda Prorsus, o Papa Pio XII postulou que o cinema, o rádio e a televisão, “não são simples meio de recreio e distração, mas constituem verdadeira e própria transmissão de valores humanos, sobretudo espirituais”.
Da mesma forma, o Papa João Paulo II disse que “a indústria cinematográfica se tornou uma mídia universal que exerce uma profunda influência no desenvolvimento das atitudes e escolhas das pessoas, e que possui uma notável habilidade de influenciar a opinião pública e a cultura, atravessando todas as fronteiras sociais ou políticas.”
Segundo o Arcebispo John Foley, encarregado da comissão responsável pela lista de filmes do Vaticano, esta não pretendia esgotar o assunto. Por isso ela recebeu o nome de “Alguns filmes importantes”.
As obras escolhidas para compor a lista foram divididas em 3 categorias.
A primeira se chama “Religião”. Nela se encontram filmes que abordam assuntos relacionados à fé, como adaptações dos Evangelhos e representações da vida dos santos.
A segunda categoria é “Valores”. Aqui aparecem filmes não-confessionais, mas que apresentam os dramas humanos, envolvendo, por exemplo, os sofrimentos dos tempos de guerra.
O terceiro grupo foi nomeado “Arte”. Nele se incluem trabalhos que marcaram a história do cinema como verdadeiras conquistas estéticas, impulsionando o seu desenvolvimento.
Elaborada como uma homenagem ao cinema, a lista de filmes indicados pelo Vaticano é também um reconhecimento: ela nos mostra os muitos caminhos percorridos por essa arte para nos emocionar e enriquecer as nossas vidas.
Reunimos os títulos com uma breve sinopse de cada um dos filmes para que o leitor possa conhecer um pouco mais a respeito desses grandes clássicos do cinema. Confira a lista abaixo!
O francês Ferdinand Zecca foi um dos pioneiros da história do cinema, tendo produzido quase duas centenas de filmes de curta e média metragem para os estúdios Pathé. Na época do seu lançamento, o filme Vida e Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo foi um dos maiores sucessos do estúdio.
Trata-se de uma dramatização em esquetes dos episódios dos Evangelhos, bastante limitada pela linguagem de um cinema ainda “rudimentar”, mas muito bonita.
Dirigido pelo dinamarquês Carl Dreyer, esse belíssimo filme conta a história de santa Joana D’arc, do momento em que ela é presa até o momento da sua execução.
Por isso, grande parte da ação do filme se passa na sala de um tribunal, com os clérigos que interrogam Joana de um lado e a santa de outro. Contudo, na maior parte do tempo o filme se concentra na expressão de Rene Maria Falconetti, a atriz que interpreta a santa.
É uma das atuações mais marcantes da história do cinema, e Dreyer a explora de todos as perspectivas, na tentativa de expressar os movimentos da alma de Santa Joana D’arc.
Monsieur Vincent é um dos grandes filmes religiosos da história do cinema. Conta a história de São Vicente de Paula, e aborda a sua atuação na ajuda dos pobres e dos menos favorecidos socialmente, na França do século XVII.
Com um realismo sóbrio e uma atuação muito convincente de Pierre Fresnay, que interpreta o santo, o filme consegue captar bem o espírito da época retratada e demonstrar a nobreza, a coragem e a caridade de São Vicente de Paula.
Belo retrato do surgimento da ordem franciscana e do santo que lhe dá nome, São Francisco de Assis, exemplo de humildade, de simplicidade e de obediência.
O filme mostra vários episódios da vida do Santo de Assis e dos seus primeiros seguidores.
A partir de um roteiro de Federico Fellini, Rossellini construiu um filme cheio de poesia, que narra os episódios com bastante realismo, mas imprime neles uma beleza que viria a ser característica dos vários filmes biográficos que o diretor produziria durante a sua carreira.
Também produzido pelo dinamarquês Carl Theodor Dreyer, A palavra é uma história que fala do conflito entre diferentes tipos de fé e da distância entre o homem moderno e a fé genuína.
O filme possui uma atmosfera grave e as suas cenas são construídas de modo austero. Contudo, a narrativa culmina com um dos finais mais surpreendentes — e mais bonitos — da história do cinema.
Um dos primeiros filmes da carreira do cineasta Luis Buñuel, Nazarín acompanha um jovem padre que entra em conflito com os seus superiores, com as autoridades civis e até mesmo com os membros da comunidade que ele tenta ajudar.
É um filme que não apresenta uma visão tão positiva dos ideais cristãos, mas que demonstra com muita simplicidade as dificuldades sofridas por aqueles que tentam viver a fé de maneira plena.
Após ser traído por seu amigo de infância, o príncipe judeu Ben-hur acaba por perder os seus bens e a sua liberdade.
Só depois de uma jornada de muitas provações que ele encontra a redenção e a retribuição por todo o sofrimento passado.
O filme é uma produção de larga escala, e conta com cenários majestosos, milhares de figurantes e cenas de ação que viriam a se transformar em emblemáticas quando o assunto é o cinema clássico de proporções épicas.
Esse filme do italiano Pier Paolo Pasolini é considerado pela igreja como uma das adaptações mais fiéis ao texto dos Evangelhos.
Diferente dos épicos bíblicos que ficaram famosos na Hollywood das décadas de 40 e de 50, Pasolini cria um filme simples, muitas vezes empregando pessoas que não eram atores profissionais, com um tom mais poético do que épico.
O ponto principal é, mesmo, a fidelidade ao texto e o retrato dos episódios mais significativos da vida de Cristo.
O homem que não vendeu sua alma acompanha os últimos sete anos da vida de São Thomas More, conselheiro do rei Henrique VIII.
Baseado em uma peça do escritor Robert Bolt, o filme demonstra como Thomas More preferiu tornar-se mártir em vez de comprometer sua consciência, numa época de vários conflitos religiosos.
Com uma direção de arte que cria uma atmosfera muito fiel ao século XVI e uma grande atuação de Paul Scofield, o filme de Zinnemman é considerado um grande clássico das biografias de santos.
Ambientado no século XV, o filme nos apresenta a história do monge russo, pintor de ícones, que tenta preservar o sentido transcendente da sua arte em meio ao turbilhão social e à selvageria cruel das guerras e revoluções que ele testemunha.
Alguns críticos consideram Andrei Rublev o melhor filme russo de todos os tempos. E, sem dúvida, é um dos melhores filmes da história do cinema.
A missão conta a história de dois jesuítas e das várias dificuldades sociais e políticas vividas por eles durante o seu trabalho missionário.
É um épico com um visual grandioso e uma trilha sonora marcante.
Filmado nas matas amazônicas, o filme consegue reproduzir a atmosfera colonial e apresentar um belo testemunho histórico das missões.
O último filme do cineasta russo Andrei Tarkovski conta a história de Alexander, um homem que, frente à devastação ocasionada por uma guerra nuclear, faz uma prece a Deus, prometendo desfazer-se de todos os seus bens caso o mundo seja restaurado.
É um filme que possui um ritmo contemplativo, onde o silêncio ocupa o mesmo espaço dos sons; e é repleto de símbolos, alegorias e de uma espécie de misticismo que fazem com que a história seja ambígua e misteriosa.
Retrato da história de Santa Teresa de Lisieux, da idade de 15 anos, quando ela ingressa em um convento carmelita, até a sua morte, nove anos mais tarde, devido à tuberculose.
É um filme que demonstra a intensidade espiritual da santa, que encontrou no claustro e na austeridade das tradições restritivas o seu caminho de liberdade pessoal. Um testemunho muito bonito e um desafio para um mundo desinteressado das verdades da fé.
Adaptado do conto homônimo da escritora Karen Blixen, A Festa de Babette é um filme singelo que mostra o impacto provocado pela chegada de uma famosa cozinheira francesa a um pequeno vilarejo da Dinamarca.
Os habitantes do vilarejo, membros de uma seita protestante que mantêm costumes bastante rígidos, adquirem uma nova vida com a chegada de Babette. O filme é repleto de imagens simbólicas que remetem ao cristianismo e às virtudes da fé, da esperança e da caridade.
Outra versão cinematográfica da história de São Francisco de Assis.
Diferente da versão de Federico Fellini e Roberto Rosselini, a versão da diretora Liliana Cavani mostra outra faceta do santo: aqui ele é um homem enérgico, com uma postura mais desafiadora do que piedosa, um indivíduo que precisa lutar contra as injustiças sociais de sua época para afirmar a sua fé.
O diretor D. W. Griffith é conhecido como um dos pioneiros do cinema.
Intolerância é um dos grandes épicos que ele dirigiu. No filme, acompanhamos cinco episódios que abordam o tema da “intolerância”: a queda de Babilônia, a crucificação de Cristo, o massacre do dia de São Bartolomeu e a história de um homem inocente que é condenado à morte.
É um filme que impressiona até hoje pela riqueza do seu conceito e pela sua complexidade narrativa, que é executada com grande eficiência.
Um dos filmes mais amados pelo público americano, A felicidade não se compra é a história de um homem que, num momento de crise financeira, esmagado pelo peso de alguns compromissos, quase desiste de viver.
Contudo, com a ajuda de seu anjo da guarda, ele acaba por descobrir quais são as coisas mais valiosas da vida.
É um filme que contém uma profunda mensagem de esperança, mas, além disso, é brilhantemente composto e encenado pelo mestre Frank Capra, um dos grandes cineastas do cinema americano.
Nesse clássico de Rosselini, vemos a história de um membro da resistência que, na Roma ainda ocupada por nazistas, é traído, preso, torturado e executado pela Gestapo.
Rosselini produziu seu filme em um momento em que as tropas alemãs de fato ainda estavam na cidade de Roma, após o término da Segunda Guerra Mundial.
Filmado dentro da estética do neorrealismo italiano, além de conter cenas extremamente emocionantes, o filme possui um caráter documental, equilibrado pela ótima composição dramática executada pelo diretor e pelos atores.
Ladrões de bicicletas é um filme que geralmente aparece nas listas dos filmes mais importantes da história.
Outro grande exemplar do neorrealismo, o filme de Vittorio de Sica mostra o enredo simples de um homem que consegue um emprego no qual precisa da sua bicicleta para trabalhar, mas tem o veículo roubado logo no primeiro dia de trabalho.
Também filmado com não atores nas ruas de Roma, é um filme que apresenta uma impactante honestidade emocional e que demonstra como o cinema consegue transformar o ordinário em extraordinário para falar dos dramas da vida humana.
Em Sindicato de ladrões, o astro Marlon Brando vive um ex-boxeador que precisa enfrentar o chefe corrupto de um sindicato de estivadores.
Baseado em fatos reais, o filme explora o ambiente da classe trabalhadora com um realismo brutal, para o qual contribuem, principalmente, a direção precisa de Elia Kazan e a atuação de Brando e dos outros membros do elenco.
História de um soldado japonês que, após a Segunda Guerra mundial, está gravemente ferido e é tratado por um monge budista.
Após esse episódio, o soldado dedica-se a voltar aos campos de batalha e propiciar um funeral decente para aqueles que ainda não foram enterrados.
É um dos grandes filmes anti-guerra já produzidos, pois, à medida que a história se desenvolve, acompanhamos flashbacks dos horrores das batalhas. Ao mesmo tempo, há momentos ternos e de muita poesia, que nos ensinam o verdadeiro valor da vida.
Morangos Silvestres conta a história de um estudioso, já aposentado, o qual, no dia em que recebe um prêmio honorário de uma universidade, começa a ter sonhos e lembranças da sua vida passada, especialmente dos seus erros, das suas culpas e de todos os atos que acabaram por prejudicar suas relações pessoais.
É uma viajem interior brilhantemente elaborada pelo cineasta sueco Ingmar Bergman, que vai da dor e do ressentimento até à paz e a reconciliação de um homem consigo mesmo.
Também dirigido por Ingmar Bergman, O sétimo selo é um dos filmes mais sombrios da década de 50 e um dos maiores clássicos da história.
A narrativa se passa na Idade Média e mostra um cavaleiro que, após retornar das cruzadas, encontra uma terra devastada pela peste e depara-se com a própria morte.
Contudo, ele propõe à morte um jogo de xadrez e, caso seja vitorioso, poderá adiar a sua “partida”. Bergman recriou com muito cuidado o contexto religioso medieval, mas as angústias vividas pelo cavaleiro e o modo como são tratados temas como a fé e a busca pelo sentido da vida foram bastante influenciados pelo pensamento e pelas filosofias modernas.
Um explorador do exército russo é enviado às frias florestas da Sibéria. Lá, ele faz amizade com o guia local, Dersu Uzala, um homem já bastante idoso.
Kurosawa filma a história de um modo muito singelo. É um filme que fala do valor da amizade e da harmonia entre o homem e a natureza.
Ambientado nos campos da Lombardia, A árvore dos tamancos é um filme calmo e contemplativo, que mostra a vida de quatro famílias de camponeses no final do século XIX.
Seguindo a circunstância de seus personagens, o filme inicia na colheita de inverno e termina com a plantação durante a primavera. É uma bela história que descreve poeticamente o cotidiano daquelas famílias, que vivem em busca de dignidade em meio aos sofrimentos e injustiças da vida.
Em Carruagens de fogo, dois jovens ingleses superam vários obstáculos com o objetivo de ganhar a medalha de ouro nas Olimpíadas de Paris, no ano de 1924.
Um deles é um judeu que precisa enfrentar o antissemitismo das instituições organizadoras, e o outro é um escocês que “corre para a Glória de Deus”. Um filme emocionante e inspirador.
Retrato do grande líder político e espiritual indiano. É uma superprodução épica que recria em detalhes a vida e os tempos de Gandhi.
A narrativa é focada nos protestos não violentos e nas greves de fome organizadas pelo pacifista com o objetivo de unificar os diversos povos da Índia.
O filme expressa uma profunda mensagem de esperança e conta com a atuação admirável do ator Ben Kingsley no papel de Gandhi.
Adeus, meninos conta a tocante história de um padre que, durante a ocupação nazista na França, esconde três meninos judeus em uma escola católica, e acaba por sofrer as consequências por esse ato.
Baseado numa experiência do próprio diretor Louis Malle, é uma narrativa muito bem dirigida que fala da amizade e da caridade de uma maneira bastante sincera.
O Decálogo é uma série de dez filmes produzidos pelo cineasta Krzysztof Kieslowski para a TV polonesa em 1988.
A partir de cada um dos Dez Mandamentos, Kieslowski apresenta um personagem diferente e constrói um conflito que demonstra a dificuldade de seguir preceitos morais em um mundo onde já não existem valores absolutos e as relações pessoais são motivadas pelo relativismo.
Oscar Schindler foi um homem de negócios alemão que pretendia explorar os trabalhadores judeus para fazer fortuna durante a ocupação nazista da Polônia.
Contudo, frente ao crescimento das atrocidades cometidas contra os judeus, ele se arrepende e começa a usar de seus negócios para salvar a vida dos judeus.
Dirigido por Steven Spielberg, A lista de Schindler é um filme de proporções épicas, que apresenta uma descrição bastante detalhista do período retratado.
Baseado no clássico livro Drácula, de Bram Stoker, Nosferatu é centrado no conde vampiro que deixa a sua casa nas montanhas do Cárpato e viaja até a cidade de Brémen, na Alemanha, onde os seus planos maléficos são frustrados pela coragem de um jovem.
Dirigido por F. W. Murnau, o filme é um dos clássicos do movimento conhecido como Expressionismo alemão, e foi um marco para a época, pois apresentou uma série de inovações na linguagem cinematográfica.
Metrópolis é uma superprodução da era silenciosa do cinema.
Numa sociedade controlada por uma elite aristocrática, os trabalhadores vivem no subsolo em condições miseráveis. Seu único consolo é a fé religiosa que devotam a uma jovem mulher.
Porém, motivado por sentimentos do passado, um cientista sinistro fabrica um robô que é idêntico à mulher e provoca uma revolução dos trabalhadores. É um filme com um visual monumental, que usa as características do expressionismo para criar o ambiente desumanizador da metrópole moderna e mostrar as consequências maléficas da crença cega no progresso tecnológico.
Cinebiografia de Napoleão Bonaparte produzida pelo cineasta francês Abel Gance.
O enredo começa com os dias de estudante de Napoleão, passa por sua ascensão como oficial militar durante os dias da Revolução e culmina no ano de 1796, quando ele se torna comandante do exército francês.
É um dos filmes mais pretensiosos da era silenciosa do cinema: além de ter uma duração de 235 minutos, apresentou muitas inovações para a época, como o uso de câmeras portáteis e a sobreposição de várias imagens na mesma cena.
Nessa adaptação do livro Mulherzinhas, de Louisa May Alcott, acompanhamos o cotidiano de quatro irmãs que vivem com a sua mãe enquanto o seu pai está ausente, durante a Guerra Civil americana.
Dentre as principais qualidades do filme estão a direção de George Cukor e as notáveis atuações de um elenco liderado por Katharine Hepburn.
Tempos modernos é uma fábula a respeito do conflito entre os homens e as máquinas. Na história, vemos o famoso personagem do “vagabundo” lidando com as ansiedades de um trabalho opressivo e com as dificuldades da Grande Depressão.
É um dos grandes exemplos da arte genial de Charlie Chaplin e do gênero que se convencionou chamar de slapstick comedy.
Em A grande ilusão, um aristocrata francês, prisioneiro de guerra, é tratado de modo cortês por um aristocrata alemão que comanda o campo dos prisioneiros. O francês aproveita o tratamento que lhe é dedicado para arquitetar a fuga de dois de seus companheiros.
Dirigido pelo mestre Jean Renoir, o filme mostra em detalhes a vida dos prisioneiros e aborda, principalmente, o tema do fim dos ideais aristocráticos nas relações humanas e a sua substituição por uma burocracia que transforma os homens em meros números a serviço de um Estado abstrato e desumano.
Um dos filmes mais famosos da história do cinema, principalmente por sua produção controversa e repleta de imprevistos, O Mágico de Oz narra a jornada de Dorothy, uma pequena menina que, após deixar a fazenda em que vive no Arkansas, encontra-se no mundo mágico de Oz, onde ela vive várias aventuras misteriosas ao lado de personagens fantásticos.
Um cowboy procurado pela lei se junta a uma diligência que atravessa um território comandado por índios Apache.
Trata-se de um dos maiores clássicos do western. Dirigido por John Ford, além de o filme possuir cenas brilhantemente arquitetadas e apresentar imagens deslumbrantes do famoso Monument Valley, ele é exemplar como estudo de personagens: cada um dos integrantes da diligência possui uma motivação específica para a jornada. Quando as suas particularidades entram em conflito, a aprendizagem da convivência e a compreensão do outro serão determinantes para que eles consigam ser bem sucedidos na perigosa travessia.
Fantasia é uma animação produzida por Walt Disney que apresenta o personagem Mickey Mouse como um “aprendiz de feiticeiro”.
É um conjunto de esquetes com elementos fantásticos, acompanhadas por peças famosas de música clássica, como A sagração da primavera, de Stravinsky e Uma noite no monte Calvo, de Mussorgsky.
É o projeto mais ambicioso de Walt Disney e, embora apresente significados ambíguos, permanece como uma de suas produções mais assistidas pelo público infantil.
Um repórter recebe a missão de desvendar o sentido da última palavra pronunciada pelo milionário Charles Foster Kane: “rosebud”.
Kane construiu para si um império midiático, mas toda a sua influência e o acúmulo de bens materiais não foram suficientes para que a sua vida fosse plena de sentido. O repórter entrevista todas as pessoas que fizeram parte da vida de Kane e, à medida que ele vai desvendando esses acontecimentos, nós também ficamos os conhecendo.
Dirigido por Orson Welles, o filme se transformou rapidamente em um marco da história do cinema, pois as inovações trazidas pelo cineasta influenciariam várias gerações e revelariam novas possibilidades para a arte.
Nessa comédia britânica clássica, um tímido empregado de um banco, com a ajuda de assaltantes profissionais, planeja roubar um carregamento de ouro, derretê-lo e transformá-lo em souvenirs da torre Eiffel, os quais serão transportados para Paris.
Mas o que era para ser o “crime perfeito” acaba por revelar-se um plano cheio de falhas hilárias.
A estrada da vida acompanha a história de um artista de circo itinerante (Anthony Quinn) que “contrata” uma jovem camponesa (Giulietta Masina) para viajar com ele e ajudá-lo em suas apresentações.
Os dois mantém uma relação de comunidade, mas bastante conflituosa, até que, certo dia, um acontecimento trágico os separa para sempre.
Dirigido por Federico Fellini, o filme é uma mistura de melodrama e comédia chapliniana, com destaque para a grande atuação de Giulieta Masina no papel de Gelsomina.
Acostumado à antiga ordem social, o príncipe Fabrizio Salina sofre a nostalgia de outros tempos e lamenta a transformação sofrida em sua terra durante a revolução de Garibaldi.
Essa nostalgia transforma-se numa profunda reflexão a respeito da morte e do sentido da vida como um todo.
Dirigido por Luchino Visconti, o filme foi selecionado para a lista de filmes Vaticano devido ao seu grande valor artístico, que é notável quando o assistimos: a direção, a música, a direção de arte, os cenários, as atuações, todos os elementos contribuem para que o filme seja exuberante e propicie uma experiência única ao espectador.
Um cineasta italiano de meia-idade, vivido por Marcello Mastroiani, está sofrendo uma crise pessoal e profissional. Ele tenta se refugiar em algumas memórias do passado e em fantasias absurdas a respeito do presente.
Dirigido por Federico Fellini, o filme explora alguns elementos autobiográficos do cineasta e demonstra a riqueza da sua imaginação artística. Ao final, todos os conflitos são conciliados mediante o acordo entre a fantasia e a realidade.
Baseado no livro de Arhtur C. Clarke, o épico dirigido por Stanley Kubrick é considerado por muitos como o maior filme de ficção científica já realizado.
Misturando projeções futuristas com uma densa reflexão filosófica a respeito de temas como civilização, progresso e o sentido da vida, a narrativa segue dois astronautas que, numa viagem em direção ao planeta Júpiter, perdem o controle da sua nave para o computador HAL, que demonstra ter uma inteligência fora do comum.
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Você sabia que existe uma lista de filmes recomendados pelo Vaticano?
Sim. Em 1995, ano do centenário do cinema (contado a partir da primeira sessão oficial, promovida pelos irmãos Lumiére em 1895), o papa João Paulo II convidou alguns especialistas para selecionar 45 filmes produzidos até aquele período.
A Igreja Católica sempre se manifestou a respeito do papel do cinema dentro do mundo, pois sempre esteve preocupada com um assunto tão importante à alma dos fiéis, visto que o cinema é uma arte que exerce grande influência na vida das pessoas.
Em 1936, o Papa Pio XI, na encíclica Vigilanti Cura, afirmou que o cinema deveria se colocar “a serviço do aperfeiçoamento do homem”.
Já em 1957, na encíclica Miranda Prorsus, o Papa Pio XII postulou que o cinema, o rádio e a televisão, “não são simples meio de recreio e distração, mas constituem verdadeira e própria transmissão de valores humanos, sobretudo espirituais”.
Da mesma forma, o Papa João Paulo II disse que “a indústria cinematográfica se tornou uma mídia universal que exerce uma profunda influência no desenvolvimento das atitudes e escolhas das pessoas, e que possui uma notável habilidade de influenciar a opinião pública e a cultura, atravessando todas as fronteiras sociais ou políticas.”
Segundo o Arcebispo John Foley, encarregado da comissão responsável pela lista de filmes do Vaticano, esta não pretendia esgotar o assunto. Por isso ela recebeu o nome de “Alguns filmes importantes”.
As obras escolhidas para compor a lista foram divididas em 3 categorias.
A primeira se chama “Religião”. Nela se encontram filmes que abordam assuntos relacionados à fé, como adaptações dos Evangelhos e representações da vida dos santos.
A segunda categoria é “Valores”. Aqui aparecem filmes não-confessionais, mas que apresentam os dramas humanos, envolvendo, por exemplo, os sofrimentos dos tempos de guerra.
O terceiro grupo foi nomeado “Arte”. Nele se incluem trabalhos que marcaram a história do cinema como verdadeiras conquistas estéticas, impulsionando o seu desenvolvimento.
Elaborada como uma homenagem ao cinema, a lista de filmes indicados pelo Vaticano é também um reconhecimento: ela nos mostra os muitos caminhos percorridos por essa arte para nos emocionar e enriquecer as nossas vidas.
Reunimos os títulos com uma breve sinopse de cada um dos filmes para que o leitor possa conhecer um pouco mais a respeito desses grandes clássicos do cinema. Confira a lista abaixo!
O francês Ferdinand Zecca foi um dos pioneiros da história do cinema, tendo produzido quase duas centenas de filmes de curta e média metragem para os estúdios Pathé. Na época do seu lançamento, o filme Vida e Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo foi um dos maiores sucessos do estúdio.
Trata-se de uma dramatização em esquetes dos episódios dos Evangelhos, bastante limitada pela linguagem de um cinema ainda “rudimentar”, mas muito bonita.
Dirigido pelo dinamarquês Carl Dreyer, esse belíssimo filme conta a história de santa Joana D’arc, do momento em que ela é presa até o momento da sua execução.
Por isso, grande parte da ação do filme se passa na sala de um tribunal, com os clérigos que interrogam Joana de um lado e a santa de outro. Contudo, na maior parte do tempo o filme se concentra na expressão de Rene Maria Falconetti, a atriz que interpreta a santa.
É uma das atuações mais marcantes da história do cinema, e Dreyer a explora de todos as perspectivas, na tentativa de expressar os movimentos da alma de Santa Joana D’arc.
Monsieur Vincent é um dos grandes filmes religiosos da história do cinema. Conta a história de São Vicente de Paula, e aborda a sua atuação na ajuda dos pobres e dos menos favorecidos socialmente, na França do século XVII.
Com um realismo sóbrio e uma atuação muito convincente de Pierre Fresnay, que interpreta o santo, o filme consegue captar bem o espírito da época retratada e demonstrar a nobreza, a coragem e a caridade de São Vicente de Paula.
Belo retrato do surgimento da ordem franciscana e do santo que lhe dá nome, São Francisco de Assis, exemplo de humildade, de simplicidade e de obediência.
O filme mostra vários episódios da vida do Santo de Assis e dos seus primeiros seguidores.
A partir de um roteiro de Federico Fellini, Rossellini construiu um filme cheio de poesia, que narra os episódios com bastante realismo, mas imprime neles uma beleza que viria a ser característica dos vários filmes biográficos que o diretor produziria durante a sua carreira.
Também produzido pelo dinamarquês Carl Theodor Dreyer, A palavra é uma história que fala do conflito entre diferentes tipos de fé e da distância entre o homem moderno e a fé genuína.
O filme possui uma atmosfera grave e as suas cenas são construídas de modo austero. Contudo, a narrativa culmina com um dos finais mais surpreendentes — e mais bonitos — da história do cinema.
Um dos primeiros filmes da carreira do cineasta Luis Buñuel, Nazarín acompanha um jovem padre que entra em conflito com os seus superiores, com as autoridades civis e até mesmo com os membros da comunidade que ele tenta ajudar.
É um filme que não apresenta uma visão tão positiva dos ideais cristãos, mas que demonstra com muita simplicidade as dificuldades sofridas por aqueles que tentam viver a fé de maneira plena.
Após ser traído por seu amigo de infância, o príncipe judeu Ben-hur acaba por perder os seus bens e a sua liberdade.
Só depois de uma jornada de muitas provações que ele encontra a redenção e a retribuição por todo o sofrimento passado.
O filme é uma produção de larga escala, e conta com cenários majestosos, milhares de figurantes e cenas de ação que viriam a se transformar em emblemáticas quando o assunto é o cinema clássico de proporções épicas.
Esse filme do italiano Pier Paolo Pasolini é considerado pela igreja como uma das adaptações mais fiéis ao texto dos Evangelhos.
Diferente dos épicos bíblicos que ficaram famosos na Hollywood das décadas de 40 e de 50, Pasolini cria um filme simples, muitas vezes empregando pessoas que não eram atores profissionais, com um tom mais poético do que épico.
O ponto principal é, mesmo, a fidelidade ao texto e o retrato dos episódios mais significativos da vida de Cristo.
O homem que não vendeu sua alma acompanha os últimos sete anos da vida de São Thomas More, conselheiro do rei Henrique VIII.
Baseado em uma peça do escritor Robert Bolt, o filme demonstra como Thomas More preferiu tornar-se mártir em vez de comprometer sua consciência, numa época de vários conflitos religiosos.
Com uma direção de arte que cria uma atmosfera muito fiel ao século XVI e uma grande atuação de Paul Scofield, o filme de Zinnemman é considerado um grande clássico das biografias de santos.
Ambientado no século XV, o filme nos apresenta a história do monge russo, pintor de ícones, que tenta preservar o sentido transcendente da sua arte em meio ao turbilhão social e à selvageria cruel das guerras e revoluções que ele testemunha.
Alguns críticos consideram Andrei Rublev o melhor filme russo de todos os tempos. E, sem dúvida, é um dos melhores filmes da história do cinema.
A missão conta a história de dois jesuítas e das várias dificuldades sociais e políticas vividas por eles durante o seu trabalho missionário.
É um épico com um visual grandioso e uma trilha sonora marcante.
Filmado nas matas amazônicas, o filme consegue reproduzir a atmosfera colonial e apresentar um belo testemunho histórico das missões.
O último filme do cineasta russo Andrei Tarkovski conta a história de Alexander, um homem que, frente à devastação ocasionada por uma guerra nuclear, faz uma prece a Deus, prometendo desfazer-se de todos os seus bens caso o mundo seja restaurado.
É um filme que possui um ritmo contemplativo, onde o silêncio ocupa o mesmo espaço dos sons; e é repleto de símbolos, alegorias e de uma espécie de misticismo que fazem com que a história seja ambígua e misteriosa.
Retrato da história de Santa Teresa de Lisieux, da idade de 15 anos, quando ela ingressa em um convento carmelita, até a sua morte, nove anos mais tarde, devido à tuberculose.
É um filme que demonstra a intensidade espiritual da santa, que encontrou no claustro e na austeridade das tradições restritivas o seu caminho de liberdade pessoal. Um testemunho muito bonito e um desafio para um mundo desinteressado das verdades da fé.
Adaptado do conto homônimo da escritora Karen Blixen, A Festa de Babette é um filme singelo que mostra o impacto provocado pela chegada de uma famosa cozinheira francesa a um pequeno vilarejo da Dinamarca.
Os habitantes do vilarejo, membros de uma seita protestante que mantêm costumes bastante rígidos, adquirem uma nova vida com a chegada de Babette. O filme é repleto de imagens simbólicas que remetem ao cristianismo e às virtudes da fé, da esperança e da caridade.
Outra versão cinematográfica da história de São Francisco de Assis.
Diferente da versão de Federico Fellini e Roberto Rosselini, a versão da diretora Liliana Cavani mostra outra faceta do santo: aqui ele é um homem enérgico, com uma postura mais desafiadora do que piedosa, um indivíduo que precisa lutar contra as injustiças sociais de sua época para afirmar a sua fé.
O diretor D. W. Griffith é conhecido como um dos pioneiros do cinema.
Intolerância é um dos grandes épicos que ele dirigiu. No filme, acompanhamos cinco episódios que abordam o tema da “intolerância”: a queda de Babilônia, a crucificação de Cristo, o massacre do dia de São Bartolomeu e a história de um homem inocente que é condenado à morte.
É um filme que impressiona até hoje pela riqueza do seu conceito e pela sua complexidade narrativa, que é executada com grande eficiência.
Um dos filmes mais amados pelo público americano, A felicidade não se compra é a história de um homem que, num momento de crise financeira, esmagado pelo peso de alguns compromissos, quase desiste de viver.
Contudo, com a ajuda de seu anjo da guarda, ele acaba por descobrir quais são as coisas mais valiosas da vida.
É um filme que contém uma profunda mensagem de esperança, mas, além disso, é brilhantemente composto e encenado pelo mestre Frank Capra, um dos grandes cineastas do cinema americano.
Nesse clássico de Rosselini, vemos a história de um membro da resistência que, na Roma ainda ocupada por nazistas, é traído, preso, torturado e executado pela Gestapo.
Rosselini produziu seu filme em um momento em que as tropas alemãs de fato ainda estavam na cidade de Roma, após o término da Segunda Guerra Mundial.
Filmado dentro da estética do neorrealismo italiano, além de conter cenas extremamente emocionantes, o filme possui um caráter documental, equilibrado pela ótima composição dramática executada pelo diretor e pelos atores.
Ladrões de bicicletas é um filme que geralmente aparece nas listas dos filmes mais importantes da história.
Outro grande exemplar do neorrealismo, o filme de Vittorio de Sica mostra o enredo simples de um homem que consegue um emprego no qual precisa da sua bicicleta para trabalhar, mas tem o veículo roubado logo no primeiro dia de trabalho.
Também filmado com não atores nas ruas de Roma, é um filme que apresenta uma impactante honestidade emocional e que demonstra como o cinema consegue transformar o ordinário em extraordinário para falar dos dramas da vida humana.
Em Sindicato de ladrões, o astro Marlon Brando vive um ex-boxeador que precisa enfrentar o chefe corrupto de um sindicato de estivadores.
Baseado em fatos reais, o filme explora o ambiente da classe trabalhadora com um realismo brutal, para o qual contribuem, principalmente, a direção precisa de Elia Kazan e a atuação de Brando e dos outros membros do elenco.
História de um soldado japonês que, após a Segunda Guerra mundial, está gravemente ferido e é tratado por um monge budista.
Após esse episódio, o soldado dedica-se a voltar aos campos de batalha e propiciar um funeral decente para aqueles que ainda não foram enterrados.
É um dos grandes filmes anti-guerra já produzidos, pois, à medida que a história se desenvolve, acompanhamos flashbacks dos horrores das batalhas. Ao mesmo tempo, há momentos ternos e de muita poesia, que nos ensinam o verdadeiro valor da vida.
Morangos Silvestres conta a história de um estudioso, já aposentado, o qual, no dia em que recebe um prêmio honorário de uma universidade, começa a ter sonhos e lembranças da sua vida passada, especialmente dos seus erros, das suas culpas e de todos os atos que acabaram por prejudicar suas relações pessoais.
É uma viajem interior brilhantemente elaborada pelo cineasta sueco Ingmar Bergman, que vai da dor e do ressentimento até à paz e a reconciliação de um homem consigo mesmo.
Também dirigido por Ingmar Bergman, O sétimo selo é um dos filmes mais sombrios da década de 50 e um dos maiores clássicos da história.
A narrativa se passa na Idade Média e mostra um cavaleiro que, após retornar das cruzadas, encontra uma terra devastada pela peste e depara-se com a própria morte.
Contudo, ele propõe à morte um jogo de xadrez e, caso seja vitorioso, poderá adiar a sua “partida”. Bergman recriou com muito cuidado o contexto religioso medieval, mas as angústias vividas pelo cavaleiro e o modo como são tratados temas como a fé e a busca pelo sentido da vida foram bastante influenciados pelo pensamento e pelas filosofias modernas.
Um explorador do exército russo é enviado às frias florestas da Sibéria. Lá, ele faz amizade com o guia local, Dersu Uzala, um homem já bastante idoso.
Kurosawa filma a história de um modo muito singelo. É um filme que fala do valor da amizade e da harmonia entre o homem e a natureza.
Ambientado nos campos da Lombardia, A árvore dos tamancos é um filme calmo e contemplativo, que mostra a vida de quatro famílias de camponeses no final do século XIX.
Seguindo a circunstância de seus personagens, o filme inicia na colheita de inverno e termina com a plantação durante a primavera. É uma bela história que descreve poeticamente o cotidiano daquelas famílias, que vivem em busca de dignidade em meio aos sofrimentos e injustiças da vida.
Em Carruagens de fogo, dois jovens ingleses superam vários obstáculos com o objetivo de ganhar a medalha de ouro nas Olimpíadas de Paris, no ano de 1924.
Um deles é um judeu que precisa enfrentar o antissemitismo das instituições organizadoras, e o outro é um escocês que “corre para a Glória de Deus”. Um filme emocionante e inspirador.
Retrato do grande líder político e espiritual indiano. É uma superprodução épica que recria em detalhes a vida e os tempos de Gandhi.
A narrativa é focada nos protestos não violentos e nas greves de fome organizadas pelo pacifista com o objetivo de unificar os diversos povos da Índia.
O filme expressa uma profunda mensagem de esperança e conta com a atuação admirável do ator Ben Kingsley no papel de Gandhi.
Adeus, meninos conta a tocante história de um padre que, durante a ocupação nazista na França, esconde três meninos judeus em uma escola católica, e acaba por sofrer as consequências por esse ato.
Baseado numa experiência do próprio diretor Louis Malle, é uma narrativa muito bem dirigida que fala da amizade e da caridade de uma maneira bastante sincera.
O Decálogo é uma série de dez filmes produzidos pelo cineasta Krzysztof Kieslowski para a TV polonesa em 1988.
A partir de cada um dos Dez Mandamentos, Kieslowski apresenta um personagem diferente e constrói um conflito que demonstra a dificuldade de seguir preceitos morais em um mundo onde já não existem valores absolutos e as relações pessoais são motivadas pelo relativismo.
Oscar Schindler foi um homem de negócios alemão que pretendia explorar os trabalhadores judeus para fazer fortuna durante a ocupação nazista da Polônia.
Contudo, frente ao crescimento das atrocidades cometidas contra os judeus, ele se arrepende e começa a usar de seus negócios para salvar a vida dos judeus.
Dirigido por Steven Spielberg, A lista de Schindler é um filme de proporções épicas, que apresenta uma descrição bastante detalhista do período retratado.
Baseado no clássico livro Drácula, de Bram Stoker, Nosferatu é centrado no conde vampiro que deixa a sua casa nas montanhas do Cárpato e viaja até a cidade de Brémen, na Alemanha, onde os seus planos maléficos são frustrados pela coragem de um jovem.
Dirigido por F. W. Murnau, o filme é um dos clássicos do movimento conhecido como Expressionismo alemão, e foi um marco para a época, pois apresentou uma série de inovações na linguagem cinematográfica.
Metrópolis é uma superprodução da era silenciosa do cinema.
Numa sociedade controlada por uma elite aristocrática, os trabalhadores vivem no subsolo em condições miseráveis. Seu único consolo é a fé religiosa que devotam a uma jovem mulher.
Porém, motivado por sentimentos do passado, um cientista sinistro fabrica um robô que é idêntico à mulher e provoca uma revolução dos trabalhadores. É um filme com um visual monumental, que usa as características do expressionismo para criar o ambiente desumanizador da metrópole moderna e mostrar as consequências maléficas da crença cega no progresso tecnológico.
Cinebiografia de Napoleão Bonaparte produzida pelo cineasta francês Abel Gance.
O enredo começa com os dias de estudante de Napoleão, passa por sua ascensão como oficial militar durante os dias da Revolução e culmina no ano de 1796, quando ele se torna comandante do exército francês.
É um dos filmes mais pretensiosos da era silenciosa do cinema: além de ter uma duração de 235 minutos, apresentou muitas inovações para a época, como o uso de câmeras portáteis e a sobreposição de várias imagens na mesma cena.
Nessa adaptação do livro Mulherzinhas, de Louisa May Alcott, acompanhamos o cotidiano de quatro irmãs que vivem com a sua mãe enquanto o seu pai está ausente, durante a Guerra Civil americana.
Dentre as principais qualidades do filme estão a direção de George Cukor e as notáveis atuações de um elenco liderado por Katharine Hepburn.
Tempos modernos é uma fábula a respeito do conflito entre os homens e as máquinas. Na história, vemos o famoso personagem do “vagabundo” lidando com as ansiedades de um trabalho opressivo e com as dificuldades da Grande Depressão.
É um dos grandes exemplos da arte genial de Charlie Chaplin e do gênero que se convencionou chamar de slapstick comedy.
Em A grande ilusão, um aristocrata francês, prisioneiro de guerra, é tratado de modo cortês por um aristocrata alemão que comanda o campo dos prisioneiros. O francês aproveita o tratamento que lhe é dedicado para arquitetar a fuga de dois de seus companheiros.
Dirigido pelo mestre Jean Renoir, o filme mostra em detalhes a vida dos prisioneiros e aborda, principalmente, o tema do fim dos ideais aristocráticos nas relações humanas e a sua substituição por uma burocracia que transforma os homens em meros números a serviço de um Estado abstrato e desumano.
Um dos filmes mais famosos da história do cinema, principalmente por sua produção controversa e repleta de imprevistos, O Mágico de Oz narra a jornada de Dorothy, uma pequena menina que, após deixar a fazenda em que vive no Arkansas, encontra-se no mundo mágico de Oz, onde ela vive várias aventuras misteriosas ao lado de personagens fantásticos.
Um cowboy procurado pela lei se junta a uma diligência que atravessa um território comandado por índios Apache.
Trata-se de um dos maiores clássicos do western. Dirigido por John Ford, além de o filme possuir cenas brilhantemente arquitetadas e apresentar imagens deslumbrantes do famoso Monument Valley, ele é exemplar como estudo de personagens: cada um dos integrantes da diligência possui uma motivação específica para a jornada. Quando as suas particularidades entram em conflito, a aprendizagem da convivência e a compreensão do outro serão determinantes para que eles consigam ser bem sucedidos na perigosa travessia.
Fantasia é uma animação produzida por Walt Disney que apresenta o personagem Mickey Mouse como um “aprendiz de feiticeiro”.
É um conjunto de esquetes com elementos fantásticos, acompanhadas por peças famosas de música clássica, como A sagração da primavera, de Stravinsky e Uma noite no monte Calvo, de Mussorgsky.
É o projeto mais ambicioso de Walt Disney e, embora apresente significados ambíguos, permanece como uma de suas produções mais assistidas pelo público infantil.
Um repórter recebe a missão de desvendar o sentido da última palavra pronunciada pelo milionário Charles Foster Kane: “rosebud”.
Kane construiu para si um império midiático, mas toda a sua influência e o acúmulo de bens materiais não foram suficientes para que a sua vida fosse plena de sentido. O repórter entrevista todas as pessoas que fizeram parte da vida de Kane e, à medida que ele vai desvendando esses acontecimentos, nós também ficamos os conhecendo.
Dirigido por Orson Welles, o filme se transformou rapidamente em um marco da história do cinema, pois as inovações trazidas pelo cineasta influenciariam várias gerações e revelariam novas possibilidades para a arte.
Nessa comédia britânica clássica, um tímido empregado de um banco, com a ajuda de assaltantes profissionais, planeja roubar um carregamento de ouro, derretê-lo e transformá-lo em souvenirs da torre Eiffel, os quais serão transportados para Paris.
Mas o que era para ser o “crime perfeito” acaba por revelar-se um plano cheio de falhas hilárias.
A estrada da vida acompanha a história de um artista de circo itinerante (Anthony Quinn) que “contrata” uma jovem camponesa (Giulietta Masina) para viajar com ele e ajudá-lo em suas apresentações.
Os dois mantém uma relação de comunidade, mas bastante conflituosa, até que, certo dia, um acontecimento trágico os separa para sempre.
Dirigido por Federico Fellini, o filme é uma mistura de melodrama e comédia chapliniana, com destaque para a grande atuação de Giulieta Masina no papel de Gelsomina.
Acostumado à antiga ordem social, o príncipe Fabrizio Salina sofre a nostalgia de outros tempos e lamenta a transformação sofrida em sua terra durante a revolução de Garibaldi.
Essa nostalgia transforma-se numa profunda reflexão a respeito da morte e do sentido da vida como um todo.
Dirigido por Luchino Visconti, o filme foi selecionado para a lista de filmes Vaticano devido ao seu grande valor artístico, que é notável quando o assistimos: a direção, a música, a direção de arte, os cenários, as atuações, todos os elementos contribuem para que o filme seja exuberante e propicie uma experiência única ao espectador.
Um cineasta italiano de meia-idade, vivido por Marcello Mastroiani, está sofrendo uma crise pessoal e profissional. Ele tenta se refugiar em algumas memórias do passado e em fantasias absurdas a respeito do presente.
Dirigido por Federico Fellini, o filme explora alguns elementos autobiográficos do cineasta e demonstra a riqueza da sua imaginação artística. Ao final, todos os conflitos são conciliados mediante o acordo entre a fantasia e a realidade.
Baseado no livro de Arhtur C. Clarke, o épico dirigido por Stanley Kubrick é considerado por muitos como o maior filme de ficção científica já realizado.
Misturando projeções futuristas com uma densa reflexão filosófica a respeito de temas como civilização, progresso e o sentido da vida, a narrativa segue dois astronautas que, numa viagem em direção ao planeta Júpiter, perdem o controle da sua nave para o computador HAL, que demonstra ter uma inteligência fora do comum.
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