4 filmes imperdíveis sobre a vida de santa Joana D’arc
Por Redação Lumine
|
01.jul.2022
Midle Dot

Santa Joana D’arc era uma jovem camponesa da cidade de Donremy que, inspirada por visões místicas, lutou à frente do exército francês durante a guerra dos cem anos.

Além de ter vivido uma vida de austeridade e de devoção a Deus, suas ações foram determinantes para a vitória dos franceses naquela guerra, motivo pelo qual Joana viria a se tornar um símbolo do nacionalismo francês.

Aprisionada por clérigos favoráveis aos ingleses, foi condenada por heresia e morreu como mártir, aos dezenove anos, queimada em praça pública, conforme a lei da época.

Joana D’arc foi beatificada em 1909 por São Pio X e canonizada em 1920 pelo Papa Bento XV.

Existem várias versões cinematográficas da história da santa. Neste texto, selecionamos para o espectador quatro versões — todas elas disponíveis na Lumine — que são extremamente belas e inspiradoras.

Confira abaixo.

A paixão de Joana D’arc (1928, dir. Carl Theodor Dreyer)

René Maria Falconetti em cena do filme "A paixão de Joana D'arc", de Carl Dreyer

Um dos grandes clássicos do cinema silencioso, A paixão de Joana D’arc é um filme belo e emocionante.

Dirigido pelo dinamarquês Carl Theodor Dreyer, o filme concentra-se, principalmente, nos rostos dos personagens.

É a partir das variadas expressões das faces que conhecemos a história do julgamento e da condenação de Joana D’arc.

A santa é interpretada pela atriz René Maria Falconetti, numa atuação que é considerada uma das melhores da história do cinema.

O filme é construído com o objetivo de compartilhar com o espectador a experiência subjetiva de Joana D’arc durante o seu martírio: como a santa teria se sentido durante o processo? Que emoções ela experimentara? Como ela reagiu a tudo?

Tal objetivo é alcançado e o espectador se vê envolvido e emocionado com essa grande história de fidelidade e amor a Deus.

O processo de Joana D’arc (1962, dir. Robert Bresson)

Cena do filme "O processo de Joana D'arc", de Robert Bresson

Baseado nos autos do processo que condenou santa Joana D’Arc à morte, o filme nos mostra os últimos dias de sua vida.

Diferente do filme de Dreyer, O processo de Joana D’arc não busca ressaltar as emoções, mas sim a precisão histórica dos fatos.

As palavras recebem destaque: acompanhamos o duelo retórico entre a donzela de Orleans e os juízes que a interrogam, questionando sua identidade, vocação e fé.

Além dos diálogos, outros sons atravessam o filme de Robert Bresson: o tinir das correntes, os gritos da multidão e os estalos da brasa produzem um efeito marcante.

Cada um desses elementos é repleto de significados: todos são símbolos que condensam aspectos dessa grande história de uma alma confiada a Deus.

E se os percebemos com tanta clareza é porque, no desenrolar desta narrativa, tão importante quanto os sons é o silêncio sobre o qual eles estão dispostos.

O silêncio marca a trajetória de Santa Joana D’Arc, acompanhando-a no interior de sua cela ou a alguns metros do chão, quando ela se encontra amarrada à fogueira e a sua solidão se une, enfim, à solidão do Cristo pregado à cruz.

Joana na fogueira (1958, dir. Roberto Rossellini)

Isabella Rossellini em cena do filme "Joana na fogueira", de Roberto Rossellini

Joana na fogueira é a adaptação do diretor Roberto Rossellini para a peça escrita por Paul Claudel com música de Arthur Honegger.

A personagem principal é interpretada por Ingrid Bergman, atriz que já a encarnara em outro filme (de Victor Fleming, em 1948) e também no teatro, pois antes Rossellini adaptou o oratório de Claudel e Honegger para os palcos, de onde trouxe muitas ideias.

Como o título sugere, a obra é uma meditação sobre os últimos minutos da mártir francesa. Na fogueira, ela visita episódios de sua trajetória. Aos poucos, ela vai apreendendo o sentido e a beleza das coisas que viveu até aqueles momentos derradeiros.

O filme apresenta essas cenas sem interesse em ser realista: tudo é teatral, predominando o artificialismo dos atores, dos cenários e também das cores fortes.

O resultado é que esses longos instantes que precedem a morte de Joana até sua chegada ao Céu são envolvidos em uma atmosfera mística e sobrenatural únicas.

Santa Joana (1957, dir. Otto Preminger)

Jean Seberg em cena do filme "Santa Joana" de Otto Preminger

Santa Joana é a adaptação de Otto Preminger para a peça do escritor inglês, vencedor do Nobel, George Bernard Shaw.

Numa noite em seu palácio, o rei Carlos VII recebe a visita do fantasma de Joana D’Arc, com quem acompanha cenas-chave da vida dela — no campo, no exército e na prisão.

Lançado em 1957, esse foi o primeiro filme da atriz Jean Seberg, escalada justamente por sua inexperiência. Para o diretor, era mais importante ter uma jovem em cena do que uma grande atriz, pois Joana, morta aos 19 anos, era jovem e isso devia ser preservado.

De fato, a interpretação de Seberg é cheia de frescor, espontaneidade e autenticidade, um dos fatores que tornam este filme um marco na representação da santa no cinema.

***

Essas quatro belas versões da história de Joana D’arc estão disponíveis na Lumine. Assine a plataforma para ter acesso a esses e a centenas de outros filmes e conteúdos inspiradores.

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Santa Joana D’arc era uma jovem camponesa da cidade de Donremy que, inspirada por visões místicas, lutou à frente do exército francês durante a guerra dos cem anos.

Além de ter vivido uma vida de austeridade e de devoção a Deus, suas ações foram determinantes para a vitória dos franceses naquela guerra, motivo pelo qual Joana viria a se tornar um símbolo do nacionalismo francês.

Aprisionada por clérigos favoráveis aos ingleses, foi condenada por heresia e morreu como mártir, aos dezenove anos, queimada em praça pública, conforme a lei da época.

Joana D’arc foi beatificada em 1909 por São Pio X e canonizada em 1920 pelo Papa Bento XV.

Existem várias versões cinematográficas da história da santa. Neste texto, selecionamos para o espectador quatro versões — todas elas disponíveis na Lumine — que são extremamente belas e inspiradoras.

Confira abaixo.

A paixão de Joana D’arc (1928, dir. Carl Theodor Dreyer)

René Maria Falconetti em cena do filme "A paixão de Joana D'arc", de Carl Dreyer

Um dos grandes clássicos do cinema silencioso, A paixão de Joana D’arc é um filme belo e emocionante.

Dirigido pelo dinamarquês Carl Theodor Dreyer, o filme concentra-se, principalmente, nos rostos dos personagens.

É a partir das variadas expressões das faces que conhecemos a história do julgamento e da condenação de Joana D’arc.

A santa é interpretada pela atriz René Maria Falconetti, numa atuação que é considerada uma das melhores da história do cinema.

O filme é construído com o objetivo de compartilhar com o espectador a experiência subjetiva de Joana D’arc durante o seu martírio: como a santa teria se sentido durante o processo? Que emoções ela experimentara? Como ela reagiu a tudo?

Tal objetivo é alcançado e o espectador se vê envolvido e emocionado com essa grande história de fidelidade e amor a Deus.

O processo de Joana D’arc (1962, dir. Robert Bresson)

Cena do filme "O processo de Joana D'arc", de Robert Bresson

Baseado nos autos do processo que condenou santa Joana D’Arc à morte, o filme nos mostra os últimos dias de sua vida.

Diferente do filme de Dreyer, O processo de Joana D’arc não busca ressaltar as emoções, mas sim a precisão histórica dos fatos.

As palavras recebem destaque: acompanhamos o duelo retórico entre a donzela de Orleans e os juízes que a interrogam, questionando sua identidade, vocação e fé.

Além dos diálogos, outros sons atravessam o filme de Robert Bresson: o tinir das correntes, os gritos da multidão e os estalos da brasa produzem um efeito marcante.

Cada um desses elementos é repleto de significados: todos são símbolos que condensam aspectos dessa grande história de uma alma confiada a Deus.

E se os percebemos com tanta clareza é porque, no desenrolar desta narrativa, tão importante quanto os sons é o silêncio sobre o qual eles estão dispostos.

O silêncio marca a trajetória de Santa Joana D’Arc, acompanhando-a no interior de sua cela ou a alguns metros do chão, quando ela se encontra amarrada à fogueira e a sua solidão se une, enfim, à solidão do Cristo pregado à cruz.

Joana na fogueira (1958, dir. Roberto Rossellini)

Isabella Rossellini em cena do filme "Joana na fogueira", de Roberto Rossellini

Joana na fogueira é a adaptação do diretor Roberto Rossellini para a peça escrita por Paul Claudel com música de Arthur Honegger.

A personagem principal é interpretada por Ingrid Bergman, atriz que já a encarnara em outro filme (de Victor Fleming, em 1948) e também no teatro, pois antes Rossellini adaptou o oratório de Claudel e Honegger para os palcos, de onde trouxe muitas ideias.

Como o título sugere, a obra é uma meditação sobre os últimos minutos da mártir francesa. Na fogueira, ela visita episódios de sua trajetória. Aos poucos, ela vai apreendendo o sentido e a beleza das coisas que viveu até aqueles momentos derradeiros.

O filme apresenta essas cenas sem interesse em ser realista: tudo é teatral, predominando o artificialismo dos atores, dos cenários e também das cores fortes.

O resultado é que esses longos instantes que precedem a morte de Joana até sua chegada ao Céu são envolvidos em uma atmosfera mística e sobrenatural únicas.

Santa Joana (1957, dir. Otto Preminger)

Jean Seberg em cena do filme "Santa Joana" de Otto Preminger

Santa Joana é a adaptação de Otto Preminger para a peça do escritor inglês, vencedor do Nobel, George Bernard Shaw.

Numa noite em seu palácio, o rei Carlos VII recebe a visita do fantasma de Joana D’Arc, com quem acompanha cenas-chave da vida dela — no campo, no exército e na prisão.

Lançado em 1957, esse foi o primeiro filme da atriz Jean Seberg, escalada justamente por sua inexperiência. Para o diretor, era mais importante ter uma jovem em cena do que uma grande atriz, pois Joana, morta aos 19 anos, era jovem e isso devia ser preservado.

De fato, a interpretação de Seberg é cheia de frescor, espontaneidade e autenticidade, um dos fatores que tornam este filme um marco na representação da santa no cinema.

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