Imagem do filme "Claret, o santo de todos"

Inédito em streaming, “Claret: o santo de todos” estreia na Lumine

Empreendedor, missionário, fundador da ordem religiosa dos claretianos, confessor da rainha, arcebispo, escritor e editor. Várias foram as funções de Santo Antônio Maria Claret.

Nascido na cidade espanhola de Sallent, em 1807, em sua vida adulta Claret iniciaria um trabalho missionário que o levaria às Ilhas Canárias, à Cuba, à Madrid, ao exílio forçado em Paris e à participação no Primeiro Concílio Vaticano.

Desde jovem, Claret era conhecido por sua grande aptidão para realizar diferentes trabalhos e por uma extrema força de vontade. Enquanto trabalhava como funcionário da indústria têxtil em Barcelona, ele aprendeu Latim e dominou a arte da ilustração e da imprensa, as quais lhe seriam muito úteis, mais tarde, na propagação de sua obra escrita e em seu papel evangelizador.

O chamado

Empreendedor promissor, Claret decidiu abandonar a oportunidade de ter sua própria fábrica de tecidos para entrar no seminário. Embora sua carreira profissional estivesse sendo bem sucedida, o jovem Antônio sentia que faltava alguma coisa para que sentisse uma plena realização pessoal.

Educado em uma família de forte tradição católica, desde pequeno lhe impressionava a ideia do Inferno e da condenação eterna das almas e, na idade adulta, decidiu que tomaria a libertação das almas como uma missão.

Claret foi ordenado aos 28 anos. Por ter uma saúde frágil, acabou por não se tornar religioso e não adentrou na ordem Cartuxa nem na ordem Jesuíta, mas iniciou um trabalho missionário como sacerdote — trabalho que o transformaria num dos pregadores mais populares da Espanha e em uma das personalidades católicas mais importantes do seu tempo.

A missão

Antônio Maria Claret passou dez anos pregando em diferentes dioceses na região da Catalunha. À imitação de Cristo, e contrariando o costume do clero, ele não cobrava pelos serviços eclesiásticos e não aceitava presentes que não fossem necessários. Em seus sermões, dava grande ênfase à Eucaristia e à devoção ao Imaculado Coração de Maria. Era famoso por ter um rosário sempre em sua mão.

Aos 42 anos, junto com mais quatro padres, fundou o instituto de missionários que viriam a ficar conhecidos como claretianos.

Claret também percebeu o poder da palavra escrita na missão evangelizadora. Publicava inúmeros materiais religiosos como panfletos, resumos explicados do catecismo, apostilas direcionadas aos padres, às irmãs religiosas, às crianças, aos jovens, aos casados, aos pais, etc.; em 1848, fundou a Biblioteca Religiosa, editora que, após 18 anos de existência, havia lançado quase 3 milhões de cópias de livros, 2,5 milhões de livretos e quase 5 milhões de panfletos.

Em 1850, Claret foi designado para ser arcebispo na diocese de Santiago de Cuba. Desde o início de sua prelazia, ele despertou a antipatia dos poderosos da região, pois pregava para os escravos e condenava o concubinato entre os senhores e as escravas, assim como condenava o próprio regime da escravidão.

Como se recusasse a fazer acordos com os poderosos, após ter recebido algumas ameaças, Claret foi atacado por uma assassino que lhe cortara o rosto e os pulsos. Recuperado, o arcebispo de Cuba perdoaria o bandido e faria com que a sua sentença de morte fosse transformada numa pena de prisão perpétua.

Além de ter renovado a vida religiosa da diocese, pois insistia nas práticas devocionais e na importância dos sacramentos, Claret também estava muito atento às questões sociais: propôs aos cubanos um regime de pequenas fazendas familiares que produzissem grande variedade de alimentos para o próprio sustento e para o mercado local. 

Tal solução também despertou a ira dos poderosos da região, pois eles queriam que os trabalhadores locais lhes fossem subjugados e trabalhassem apenas para perpetuar o monopólio e o cultivo de açúcar. Inteirado dessa situação, o arcebispo escreveu dois livros sobre o assunto: Reflexões sobre a agricultura e as Riquezas do campo.

Retorno à Espanha, o exílio e o Concílio Vaticano I

Repentinamente chamado à Espanha, Claret foi escolhido pessoalmente pela rainha Isabel II para ser seu confessor. Contra a sua própria vontade, Claret deixou a diocese de Santiago de Cuba e mudou-se para Madrid, assumindo a função designada e a educação da Princesa Isabel e do príncipe Alfonso.

A vida na corte não agradava a Claret. Por isso, ao aceitar o posto de confessor, o bispo impôs algumas condições à rainha: não morar no palácio, não participar de decisões políticas e atuar apenas como confessor da rainha e catequista de seus filhos. Isso lhe permitiu continuar suas atividades de bispo, missionário, escritor e editor. Além de suas responsabilidades na corte, Claret ajudou a fundar escolas, hospitais, mosteiros, academias e continuou a escrever livros e a pregar em diferentes lugares, sempre conquistando o apreço dos fiéis.

Quando explodiu a revolução republicana de 1968 e a família real precisou mudar-se para Paris, Claret decidiu acompanhar a rainha. Na França, ele continuaria as suas atividades missionárias, pregando principalmente para outros refugiados espanhóis.

Por ocasião do jubileu do Papa Pio IX e das preparações para o primeiro Concílio Vaticano, Claret despediu-se finalmente da família real e mudou-se para Roma. Participou ativamente do Concílio, tendo se notabilizado por sua defesa da infalibilidade papal.

Os últimos anos

Após o Concílio, sofrendo com alguns problemas de saúde, Claret se estabeleceria numa comunidade de missionários exilados, na cidade de Prades. Aí, contudo, foi perseguido por alguns opositores que queriam levá-lo à Espanha para prendê-lo e condená-lo. Por causa da perseguição política, o arcebispo Claret foi forçado a fugir como um criminoso e se refugiou no mosteiro cisterciense de Fontfroide, perto de Narbonne.

Nesse local escondido, cercado pelo amor dos monges e de alguns de seus amigos missionários, foi onde Claret veio a falecer, aos 62 anos de idade, no dia 24 de outubro de 1870, deixando um legado que demorou quase 60 anos para ser reconhecido, pois, após sua morte, os opositores que o perseguiam desde a sua prelazia em Cuba fizeram de tudo para que a sua história fosse falseada e sua influência fosse subvertida.

A busca pela versão correta da história do Santo Claret é o mote do filme O santo de Todos, que mostra a pesquisa realizada pelo escritor Azorín para conhecer (e para contar) essa vida inspiradora que muitos quiseram difamar.

Disponível em primeira mão na plataforma da Lumine, o filme narra vários momentos dessa história bela, inspiradora e imperdível.

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