Uma lição de amor com o filme “Diálogo das carmelitas”

Adaptado de uma peça de Georges Bernanos e de um romance de Gertrud Von Le Fort, Diálogo das carmelitas é um filme que conta a história real do grupo de dezesseis carmelitas que foram executadas durante a Revolução Francesa.

Em um período de extrema convulsão social, no qual o país sofria com uma guerra civil e com confrontos externos, a realidade da vida no claustro se vê ameaçada.

O chamado ao martírio

À medida que o Carmelo é invadido, mais forte se torna o chamado ao martírio para as religiosas: os hábitos que vestem lhes servirão de armaduras e o Carmelo será a fortaleza onde se preparam para suportar os ataques furiosos.

Presas, depois condenadas por “fanatismo” pelo chamado Comitê de Salvação Pública, elas são levadas para a guilhotina, carregadas pelas ruas de Paris em cima de uma carroceria.

Uma após a outra, as dezesseis carmelitas sobem os degraus para ser executadas, mas suas mortes não são mostradas na tela. E esse recurso muito sutil do filme está repleto de significado: deixar esses fatos cruciais fora do alcance dos olhos dos espectadores foi a forma encontrada pelos diretores Philippe Agostini e R. L. Bruckberger para dizer que o amor das carmelitas vencerá a violência dos seus algozes.

A vitória sobre a morte

No martírio, a derrota transfigura-se em vitória: ao longo de todo o percurso até a morte, as mulheres entoam hinos religiosos, e suas vozes são os principais sons que ouvimos; na banda sonora, não há ruídos de multidão nem aqueles provenientes das execuções.

Assim, ouvir seus cantos e ver o sorriso que carregam neste ponto culminante de suas vidas traz à mente a famosa afirmação do psicólogo Viktor Frankl, sobrevivente dos campos de concentração nazistas: “o ser humano é o ser que inventa as câmaras de gás, mas é também aquele que nelas entrou de cabeça erguida, com uma oração nos lábios”.

Além de servir como um exemplo contundente de coragem e fé, a história das dezesseis Mártires de Compiègne, beatificadas em 1906, inspira-nos também a virtude da esperança.

Diálogo das Carmelitas está disponível na Lumine

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