Conheça a lista de filmes recomendados pelo Vaticano

Você sabia que existe uma lista de filmes recomendados pelo Vaticano?

Sim. Em 1995, ano do centenário do cinema (contado a partir da primeira sessão oficial, promovida pelos irmãos Lumiére em 1895), o papa João Paulo II convidou alguns especialistas para selecionar 45 filmes produzidos até aquele período.

A Igreja Católica sempre se manifestou a respeito do papel do cinema dentro do mundo, pois sempre esteve preocupada com um assunto tão importante à alma dos fiéis, visto que o cinema é uma arte que exerce grande influência na vida das pessoas.

Em 1936, o Papa Pio XI, na encíclica Vigilanti Cura, afirmou que o cinema deveria se colocar “a serviço do aperfeiçoamento do homem”.

Já em 1957, na encíclica Miranda Prorsus, o Papa Pio XII postulou que o cinema, o rádio e a televisão, “não são simples meio de recreio e distração, mas constituem verdadeira e própria transmissão de valores humanos, sobretudo espirituais”.

Da mesma forma, o Papa João Paulo II disse que “a indústria cinematográfica se tornou uma mídia universal que exerce uma profunda influência no desenvolvimento das atitudes e escolhas das pessoas, e que possui uma notável habilidade de influenciar a opinião pública e a cultura, atravessando todas as fronteiras sociais ou políticas.”

Segundo o Arcebispo John Foley, encarregado da comissão responsável pela lista de filmes do Vaticano, esta não pretendia esgotar o assunto. Por isso ela recebeu o nome de “Alguns filmes importantes”.

As obras escolhidas para compor a lista foram divididas em 3 categorias.

A primeira se chama “Religião”. Nela se encontram filmes que abordam assuntos relacionados à fé, como adaptações dos Evangelhos e representações da vida dos santos.

A segunda categoria é “Valores”. Aqui aparecem filmes não-confessionais, mas que apresentam os dramas humanos, envolvendo, por exemplo, os sofrimentos dos tempos de guerra.

O terceiro grupo foi nomeado “Arte”. Nele se incluem trabalhos que marcaram a história do cinema como verdadeiras conquistas estéticas, impulsionando o seu desenvolvimento.

Elaborada como uma homenagem ao cinema, a lista de filmes indicados pelo Vaticano é também um reconhecimento: ela nos mostra os muitos caminhos percorridos por essa arte para nos emocionar e enriquecer as nossas vidas.

Reunimos os títulos com uma breve sinopse de cada um dos filmes para que o leitor possa conhecer um pouco mais a respeito desses grandes clássicos do cinema. Confira a lista abaixo!

Religião

1. Vida e paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo (dir. Ferdinand Zecca e Lucien Nonguet, 1905, França)

O francês Ferdinand Zecca foi um dos pioneiros da história do cinema, tendo produzido quase duas centenas de filmes de curta e média metragem para os estúdios Pathé. Na época do seu lançamento, o filme Vida e Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo foi um dos maiores sucessos do estúdio.

Trata-se de uma dramatização em esquetes dos episódios dos Evangelhos, bastante limitada pela linguagem de um cinema ainda “rudimentar”, mas muito bonita.

2. A paixão de Joana D’arc (dir. Carl Theodor Dreyer, 1928, França)

Dirigido pelo dinamarquês Carl Dreyer, esse belíssimo filme conta a história de santa Joana D’arc, do momento em que ela é presa até o momento da sua execução.

Por isso, grande parte da ação do filme se passa na sala de um tribunal, com os clérigos que interrogam Joana de um lado e a santa de outro. Contudo, na maior parte do tempo o filme se concentra na expressão de Rene Maria Falconetti, a atriz que interpreta a santa.

É uma das atuações mais marcantes da história do cinema, e Dreyer a explora de todos as perspectivas,  na tentativa de expressar os movimentos da alma de Santa Joana D’arc.

3. Monsieur Vincent (dir. Maurice Cloche, 1947, França)

Monsieur Vincent é um dos grandes filmes religiosos da história do cinema. Conta a história de São Vicente de Paula, e aborda a sua atuação na ajuda dos pobres e dos menos favorecidos socialmente, na França do século XVII.

Com um realismo sóbrio e uma atuação muito convincente de Pierre Fresnay, que interpreta o santo, o filme consegue captar bem o espírito da época retratada e demonstrar a nobreza, a coragem e a caridade de São Vicente de Paula.

4. Francisco, arauto de Deus (dir. Roberto Rossellini, 1950, Itália)

Belo retrato do surgimento da ordem franciscana e do santo que lhe dá nome, São Francisco de Assis, exemplo de humildade, de simplicidade e de obediência.

O filme mostra vários episódios da vida do Santo de Assis e dos seus primeiros seguidores.

A partir de um roteiro de Federico Fellini, Rossellini construiu um filme cheio de poesia, que narra os episódios com bastante realismo, mas imprime neles uma beleza que viria a ser característica dos vários filmes biográficos que o diretor produziria durante a sua carreira.

5. A palavra (dir. Carl Theodor Dreyer, 1955, Dinamarca)

Também produzido pelo dinamarquês Carl Theodor Dreyer, A palavra é uma história que fala do conflito entre diferentes tipos de fé e da distância entre o homem moderno e a fé genuína.

O filme possui uma atmosfera grave e as suas cenas são construídas de modo austero. Contudo, a narrativa culmina com um dos finais mais surpreendentes — e mais bonitos — da história do cinema.

6. Nazarín (dir. Luis Buñuel, 1958, México)

Um dos primeiros filmes da carreira do cineasta Luis Buñuel, Nazarín acompanha um jovem padre que entra em conflito com os seus superiores, com as autoridades civis e até mesmo com os membros da comunidade que ele tenta ajudar.

É um filme que não apresenta uma visão tão positiva dos ideais cristãos, mas que demonstra com muita simplicidade as dificuldades sofridas por aqueles que tentam viver a fé de maneira plena.

7. Ben-Hur (dir. William Wyler, 1959, Estados Unidos)

Após ser traído por seu amigo de infância, o príncipe judeu Ben-hur acaba por perder os seus bens e a sua liberdade.

Só depois de uma jornada de muitas provações que ele encontra a redenção e a retribuição por todo o sofrimento passado.

O filme é uma produção de larga escala, e conta com cenários majestosos, milhares de figurantes e cenas de ação que viriam a se transformar em emblemáticas quando o assunto é o cinema clássico de proporções épicas.

8. O Evangelho segundo São Mateus (dir. Pier Paolo Pasolini, 1964, França/Itália)

Esse filme do italiano Pier Paolo Pasolini é considerado pela igreja como uma das adaptações mais fiéis ao texto dos Evangelhos.

Diferente dos épicos bíblicos que ficaram famosos na Hollywood das décadas de 40 e de 50, Pasolini cria um filme simples, muitas vezes empregando pessoas que não eram atores profissionais, com um tom mais poético do que épico.

O ponto principal é, mesmo, a fidelidade ao texto e o retrato dos episódios mais significativos da vida de Cristo.

9. O homem que não vendeu sua alma (dir. Fred Zinnemann, 1966, Inglaterra)

O homem que não vendeu sua alma acompanha os últimos sete anos da vida de São Thomas More, conselheiro do rei Henrique VIII.

Baseado em uma peça do escritor Robert Bolt, o filme demonstra como Thomas More preferiu tornar-se mártir em vez de comprometer sua consciência, numa época de vários conflitos religiosos.

Com uma direção de arte que cria uma atmosfera muito fiel ao século XVI e uma grande atuação de Paul Scofield, o filme de Zinnemman é considerado um grande clássico das biografias de santos.

10. Andrei Rublev (dir. Andrei Tarkovsky, 1969, Rússia)

Ambientado no século XV, o filme nos apresenta a história do monge russo, pintor de ícones, que tenta preservar o sentido transcendente da sua arte em meio ao turbilhão social e à selvageria cruel das guerras e revoluções que ele testemunha.

Alguns críticos consideram Andrei Rublev o melhor filme russo de todos os tempos. E, sem dúvida, é um dos melhores filmes da história do cinema.

11. A missão (dir. Roland Joffé, 1986, Inglaterra)

A missão conta a história de dois jesuítas e das várias dificuldades sociais e políticas vividas por eles durante o seu trabalho missionário.

É um épico com um visual grandioso e uma trilha sonora marcante.

Filmado nas matas amazônicas, o filme consegue reproduzir a atmosfera colonial e apresentar um belo testemunho histórico das missões.

12. O sacrifício (dir. Andrei Tarkovski, 1986, Suécia/França)

O último filme do cineasta russo Andrei Tarkovski conta a história de Alexander, um homem que, frente à devastação ocasionada por uma guerra nuclear, faz uma prece a Deus, prometendo desfazer-se de todos os seus bens caso o mundo seja restaurado.

É um filme que possui um ritmo contemplativo, onde o silêncio ocupa o mesmo espaço dos sons; e é repleto de símbolos, alegorias e de uma espécie de misticismo que fazem com que a história seja ambígua e misteriosa.

13. Thérèse (dir. Alain Cavalier, 1986, França)

Retrato da história de Santa Teresa de Lisieux, da idade de 15 anos, quando ela ingressa em um convento carmelita, até a sua morte, nove anos mais tarde, devido à tuberculose.

É um filme que demonstra a intensidade espiritual da santa, que encontrou no claustro e na austeridade das tradições restritivas o seu caminho de liberdade pessoal. Um testemunho muito bonito e um desafio para um mundo desinteressado das verdades da fé.

14. A festa de Babette (dir. Gabriel Axel, 1987, Dinamarca)

Adaptado do conto homônimo da escritora Karen Blixen, A Festa de Babette é um filme singelo que mostra o impacto provocado pela chegada de uma famosa cozinheira francesa a um pequeno vilarejo da Dinamarca.

Os habitantes do vilarejo, membros de uma seita protestante que mantêm costumes bastante rígidos, adquirem uma nova vida com a chegada de Babette. O filme é repleto de imagens simbólicas que remetem ao cristianismo e às virtudes da fé, da esperança e da caridade.

15. Francisco (dir. Liliana Cavani, 1989, Itália/Alemanha)

Outra versão cinematográfica da história de São Francisco de Assis.

Diferente da versão de Federico Fellini e Roberto Rosselini, a versão da diretora Liliana Cavani mostra outra faceta do santo: aqui ele é um homem enérgico, com uma postura mais desafiadora do que piedosa, um indivíduo que precisa lutar contra as injustiças sociais de sua época para afirmar a sua fé.

Valores

16. Intolerância (dir. D. W. Griffith, 1916, Estados Unidos)

O diretor D. W. Griffith é conhecido como um dos pioneiros do cinema.

Intolerância é um dos grandes épicos que ele dirigiu. No filme, acompanhamos cinco episódios que abordam o tema da “intolerância”: a queda de Babilônia, a crucificação de Cristo, o massacre do dia de São Bartolomeu e a história de um homem inocente que é condenado à morte.

É um filme que impressiona até hoje pela riqueza do seu conceito e pela sua complexidade narrativa, que é executada com grande eficiência.

17. A felicidade não se compra (dir. Frank Capra, 1946, Estados Unidos)

Um dos filmes mais amados pelo público americano, A felicidade não se compra é a história de um homem que, num momento de crise financeira, esmagado pelo peso de alguns compromissos, quase desiste de viver.

Contudo, com a ajuda de seu anjo da guarda, ele acaba por descobrir quais são as coisas mais valiosas da vida.

É um filme que contém uma profunda mensagem de esperança, mas, além disso, é brilhantemente composto e encenado pelo mestre Frank Capra, um dos grandes cineastas do cinema americano.

18. Roma, cidade aberta (dir. Roberto Rossellini, 1946, Itália)

Nesse clássico de Rosselini, vemos a história de um membro da resistência que, na Roma ainda ocupada por nazistas, é traído, preso, torturado e executado pela Gestapo.

Rosselini produziu seu filme em um momento em que as tropas alemãs de fato ainda estavam na cidade de Roma, após o término da Segunda Guerra Mundial.

Filmado dentro da estética do neorrealismo italiano, além de conter cenas extremamente emocionantes, o filme possui um caráter documental, equilibrado pela ótima composição dramática executada pelo diretor e pelos atores.

19. Ladrões de bicicletas (dir. Vittorio de Sica, 1948, Itália)

Ladrões de bicicletas é um filme que geralmente aparece nas listas dos filmes mais importantes da história.

Outro grande exemplar do neorrealismo, o filme de Vittorio de Sica mostra o enredo simples de um homem que consegue um emprego no qual precisa da sua bicicleta para trabalhar, mas tem o veículo roubado logo no primeiro dia de trabalho.

Também filmado com não atores nas ruas de Roma, é um filme que apresenta uma impactante honestidade emocional e que demonstra como o cinema consegue transformar o ordinário em extraordinário para falar dos dramas da vida humana.

20. Sindicato de Ladrões (dir. Elia Kazan, 1954, Estados Unidos)

Em Sindicato de ladrões, o astro Marlon Brando vive um ex-boxeador que precisa enfrentar o chefe corrupto de um sindicato de estivadores.

Baseado em fatos reais, o filme explora o ambiente da classe trabalhadora com um realismo brutal, para o qual contribuem, principalmente, a direção precisa de Elia Kazan e a atuação de Brando e dos outros membros do elenco.

21. A harpa da Birmânia (dir. Kon Ichikawa, 1956, Japão)

História de um soldado japonês que, após a Segunda Guerra mundial, está gravemente ferido e é tratado por um monge budista.

Após esse episódio, o soldado dedica-se a voltar aos campos de batalha e propiciar um funeral decente para aqueles que ainda não foram enterrados.

É um dos grandes filmes anti-guerra já produzidos, pois, à medida que a história se desenvolve, acompanhamos flashbacks dos horrores das batalhas. Ao mesmo tempo, há momentos ternos e de muita poesia, que nos ensinam o verdadeiro valor da vida.

22. Morangos silvestres (dir. Ingmar Bergman, 1957, Suécia)

Morangos Silvestres conta a história de um estudioso, já aposentado, o qual, no dia em que recebe um prêmio honorário de uma universidade, começa a ter sonhos e lembranças da sua vida passada, especialmente dos seus erros, das suas culpas e de todos os atos que acabaram por prejudicar suas relações pessoais.

É uma viajem interior brilhantemente elaborada pelo cineasta sueco Ingmar Bergman, que vai da dor e do ressentimento até à paz e a reconciliação de um homem consigo mesmo.

23. O sétimo selo (dir. Ingmar Bergman, 1957, Suécia)

Também dirigido por Ingmar Bergman, O sétimo selo é um dos filmes mais sombrios da década de 50 e um dos maiores clássicos da história.

A narrativa se passa na Idade Média e mostra um cavaleiro que, após retornar das cruzadas, encontra uma terra devastada pela peste e depara-se com a própria morte.

Contudo, ele propõe à morte um jogo de xadrez e, caso seja vitorioso, poderá adiar a sua “partida”. Bergman recriou com muito cuidado o contexto religioso medieval, mas as angústias vividas pelo cavaleiro e o modo como são tratados temas como a fé e a busca pelo sentido da vida foram bastante influenciados pelo pensamento e pelas filosofias modernas.

24. Dersu Uzala (dir. Akira Kurosawa, 1974, Japão)

Um explorador do exército russo é enviado às frias florestas da Sibéria. Lá, ele faz amizade com o guia local, Dersu Uzala, um homem já bastante idoso.

Kurosawa filma a história de um modo muito singelo. É um filme que fala do valor da amizade e da harmonia entre o homem e a natureza.

25. A árvore dos tamancos (dir. Ermanno Olmi, 1978, Itália/França)

Ambientado nos campos da Lombardia, A árvore dos tamancos é um filme calmo e contemplativo, que mostra a vida de quatro famílias de camponeses no final do século XIX.

Seguindo a circunstância de seus personagens, o filme inicia na colheita de inverno e termina com a plantação durante a primavera. É uma bela história que descreve poeticamente o cotidiano daquelas famílias, que vivem em busca de dignidade em meio aos sofrimentos e injustiças da vida.

26. Carruagens de fogo (dir. Hugh Hudson, 1981, Inglaterra)

Em Carruagens de fogo, dois jovens ingleses superam vários obstáculos com o objetivo de ganhar a medalha de ouro nas Olimpíadas de Paris, no ano de 1924.

Um deles é um judeu que precisa enfrentar o antissemitismo das instituições organizadoras, e o outro é um escocês que “corre para a Glória de Deus”. Um filme emocionante e inspirador.

27. Gandhi (dir. Richard Atterborough, 1982, Inglaterra/Estados Unidos/Índia)

Retrato do grande líder político e espiritual indiano. É uma superprodução épica que recria em detalhes a vida e os tempos de Gandhi.

A narrativa é focada nos protestos não violentos e nas greves de fome organizadas pelo pacifista com o objetivo de unificar os diversos povos da Índia.

O filme expressa uma profunda mensagem de esperança e conta com a atuação admirável do ator Ben Kingsley no papel de Gandhi.

28. Adeus, meninos (dir. Louis Malle, 1987, França)

Adeus, meninos conta a tocante história de um padre que, durante a ocupação nazista na França, esconde três meninos judeus em uma escola católica, e acaba por sofrer as consequências por esse ato.

Baseado numa experiência do próprio diretor Louis Malle, é uma narrativa muito bem dirigida que fala da amizade e da caridade de uma maneira bastante sincera.

29. O decálogo (dir. Kryzsztof Kieslowski, 1987, Polônia)

O Decálogo é uma série de dez filmes produzidos pelo cineasta Krzysztof Kieslowski para a TV polonesa em 1988.

A partir de cada um dos Dez Mandamentos, Kieslowski apresenta um personagem diferente e constrói um conflito que demonstra a dificuldade de seguir preceitos morais em um mundo onde já não existem valores absolutos e as relações pessoais são motivadas pelo relativismo.

30. A lista de Schindler (dir. Steven Spielberg, 1993, Estado Unidos)

Oscar Schindler foi um homem de negócios alemão que pretendia explorar os trabalhadores judeus para fazer fortuna durante a ocupação nazista da Polônia.

Contudo, frente ao crescimento das atrocidades cometidas contra os judeus, ele se arrepende e começa a usar de seus negócios para salvar a vida dos judeus.

Dirigido por Steven Spielberg, A lista de Schindler é um filme de proporções épicas, que apresenta uma descrição bastante detalhista do período retratado.

Arte

31. Nosferatu (dir. F. W. Murnau, 1922, Alemanha)

Baseado no clássico livro Drácula, de Bram Stoker, Nosferatu é centrado no conde vampiro que deixa a sua casa nas montanhas do Cárpato e viaja até a cidade de Brémen, na Alemanha, onde os seus planos maléficos são frustrados pela coragem de um jovem.

Dirigido por F. W. Murnau, o filme é um dos clássicos do movimento conhecido como Expressionismo alemão, e foi um marco para a época, pois apresentou uma série de inovações na linguagem cinematográfica.

32. Metrópolis (dir. Fritz Lang, 1927, Alemanha)

Metrópolis é uma superprodução da era silenciosa do cinema.

Numa sociedade controlada por uma elite aristocrática, os trabalhadores vivem no subsolo em condições miseráveis. Seu único consolo é a fé religiosa que devotam a uma jovem mulher.

Porém, motivado por sentimentos do passado, um cientista sinistro fabrica um robô que é idêntico à mulher e provoca uma revolução dos trabalhadores. É um filme com um visual monumental, que usa as características do expressionismo para criar o ambiente desumanizador da metrópole moderna e mostrar as consequências maléficas da crença cega no progresso tecnológico.

33. Napoleão (dir. Abel Gance, 1927, França)

Cinebiografia de Napoleão Bonaparte produzida pelo cineasta francês Abel Gance.

O enredo começa com os dias de estudante de Napoleão, passa por sua ascensão como oficial militar durante os dias da Revolução e culmina no ano de 1796, quando ele se torna comandante do exército francês.

É um dos filmes mais pretensiosos da era silenciosa do cinema: além de ter uma duração de 235 minutos, apresentou muitas inovações para a época, como o uso de câmeras portáteis e a sobreposição de várias imagens na mesma cena.

34. As quatro irmãs (dir. George Cukor, 1933, Estados Unidos)

Nessa adaptação do livro Mulherzinhas, de Louisa May Alcott, acompanhamos o cotidiano de quatro irmãs que vivem com a sua mãe enquanto o seu pai está ausente, durante a Guerra Civil americana.

Dentre as principais qualidades do filme estão a direção de George Cukor e as notáveis atuações de um elenco liderado por Katharine Hepburn.

35. Tempos modernos (dir. Charlie Chaplin, 1936, Estados Unidos)

Tempos modernos é uma fábula a respeito do conflito entre os homens e as máquinas. Na história, vemos o famoso personagem do “vagabundo” lidando com as ansiedades de um trabalho opressivo e com as dificuldades da Grande Depressão.

É um dos grandes exemplos da arte genial de Charlie Chaplin e do gênero que se convencionou chamar de slapstick comedy.

36. A grande Ilusão (dir. Jean Renoir, 1937, França)

Em A grande ilusão, um aristocrata francês, prisioneiro de guerra, é tratado de modo cortês por um aristocrata alemão que comanda o campo dos prisioneiros. O francês aproveita o tratamento que lhe é dedicado para arquitetar a fuga de dois de seus companheiros.

Dirigido pelo mestre Jean Renoir, o filme mostra em detalhes a vida dos prisioneiros e aborda, principalmente, o tema do fim dos ideais aristocráticos nas relações humanas e a sua substituição por uma burocracia que transforma os homens em meros números a serviço de um Estado abstrato e desumano.  

37. O mágico de Oz (dir. Victor Fleming, 1939, Estados Unidos)

Um dos filmes mais famosos da história do cinema, principalmente por sua produção controversa e repleta de imprevistos, O Mágico de Oz narra a jornada de Dorothy, uma pequena menina que, após deixar a fazenda em que vive no Arkansas, encontra-se no mundo mágico de Oz, onde ela vive várias aventuras misteriosas ao lado de personagens fantásticos.

38. No tempo das diligências (dir. John Ford, 1939, Estados Unidos)

Um cowboy procurado pela lei se junta a uma diligência que atravessa um território comandado por índios Apache.

Trata-se de um dos maiores clássicos do western. Dirigido por John Ford, além de o filme possuir cenas brilhantemente arquitetadas e apresentar imagens deslumbrantes do famoso Monument Valley, ele é exemplar como estudo de personagens: cada um dos integrantes da diligência possui uma motivação específica para a jornada. Quando as suas particularidades entram em conflito, a aprendizagem da convivência e a compreensão do outro serão determinantes para que eles consigam ser bem sucedidos na perigosa travessia.

39. Fantasia (dir. Walt Disney, 1940, Estados Unidos)

Fantasia é uma animação produzida por Walt Disney que apresenta o personagem Mickey Mouse como um “aprendiz de feiticeiro”.

É um conjunto de esquetes com elementos fantásticos, acompanhadas por peças famosas de música clássica, como A sagração da primavera, de Stravinsky e Uma noite no monte Calvo, de Mussorgsky.

É o projeto mais ambicioso de Walt Disney e, embora apresente significados ambíguos, permanece como uma de suas produções mais assistidas pelo público infantil.

40. Cidadão Kane (dir. Orson Welles, 1941, Estados Unidos)

Um repórter recebe a missão de desvendar o sentido da última palavra pronunciada pelo milionário Charles Foster Kane: “rosebud”.

Kane construiu para si um império midiático, mas toda a sua influência e o acúmulo de bens materiais não foram suficientes para que a sua vida fosse plena de sentido. O repórter entrevista todas as pessoas que fizeram parte da vida de Kane e, à medida que ele vai desvendando esses acontecimentos, nós também ficamos os conhecendo.

Dirigido por Orson Welles, o filme se transformou rapidamente em um marco da história do cinema, pois as inovações trazidas pelo cineasta influenciariam várias gerações e revelariam novas possibilidades para a arte.

41. O mistério da torre (dir. Charles Crichton, 1951, Inglaterra)

Nessa comédia britânica clássica, um tímido empregado de um banco, com a ajuda de assaltantes profissionais, planeja roubar um carregamento de ouro, derretê-lo e transformá-lo em souvenirs da torre Eiffel, os quais serão transportados para Paris.

Mas o que era para ser o “crime perfeito” acaba por revelar-se um plano cheio de falhas hilárias.

42. A estrada da vida (dir. Federico Fellini, 1954, Itália)

A estrada da vida acompanha a história de um artista de circo itinerante (Anthony Quinn) que “contrata” uma jovem camponesa (Giulietta Masina) para viajar com ele e ajudá-lo em suas apresentações.

Os dois mantém uma relação de comunidade, mas bastante conflituosa, até que, certo dia, um acontecimento trágico os separa para sempre.

Dirigido por Federico Fellini, o filme é uma mistura de melodrama e comédia chapliniana, com destaque para a grande atuação de Giulieta Masina no papel de Gelsomina.

43. O leopardo (dir. Luchino Visconti, 1963, Itália/França)

Acostumado à antiga ordem social, o príncipe Fabrizio Salina sofre a nostalgia de outros tempos e lamenta a transformação sofrida em sua terra durante a revolução de Garibaldi.

Essa nostalgia transforma-se numa profunda reflexão a respeito da morte e do sentido da vida como um todo. 

Dirigido por Luchino Visconti, o filme foi selecionado para a lista de filmes Vaticano devido ao seu grande valor artístico, que é notável quando o assistimos: a direção, a música, a direção de arte, os cenários, as atuações, todos os elementos contribuem para que o filme seja exuberante e propicie uma experiência única ao espectador.

44. Oito e meio (dir. Federico Fellini, 1963, Itália)

Um cineasta italiano de meia-idade, vivido por Marcello Mastroiani, está sofrendo uma crise pessoal e profissional. Ele tenta se refugiar em algumas memórias do passado e em fantasias absurdas a respeito do presente.

Dirigido por Federico Fellini, o filme explora alguns elementos autobiográficos do cineasta e demonstra a riqueza da sua imaginação artística. Ao final, todos os conflitos são conciliados mediante o acordo entre a fantasia e a realidade.

45. 2001: uma odisseia no espaço (dir. Stanley Kubrick, 1968, Inglaterra/Estados Unidos)

Baseado no livro de Arhtur C. Clarke, o épico dirigido por Stanley Kubrick é considerado por muitos como o maior filme de ficção científica já realizado.

Misturando projeções futuristas com uma densa reflexão filosófica a respeito de temas como civilização, progresso e o sentido da vida, a narrativa segue dois astronautas que, numa viagem em direção ao planeta Júpiter, perdem o controle da sua nave para o computador HAL, que demonstra ter uma inteligência fora do comum.

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