A Inteligência Artificial vai dominar o mundo?
Por Redação Lumine
|
06.mar.2025
Midle Dot

A inteligência artificial já escreve textos, compõe músicas, pinta quadros, diagnostica doenças e — para o terror dos roteiristas de Hollywood — até tenta fazer cinema (e olha… não está tão longe dos últimos indicados ao Oscar). Mas será que ela pensa de verdade? E mais: será que, um dia, ela pode dominar o mundo?

No quinto episódio do Crítica Cultural, Francisco Escorsim entra nesse debate com a mesma elegância com que a morte joga xadrez contra um templário (e se você não entendeu essa referência, precisa assistir O sétimo selo — disponível na Lumineantes que a IA decida por você).

Aristóteles e a máquina que não sonha

Afinal, qual é o problema com a inteligência artificial? Será que ela representa uma ameaça real ou estamos apenas projetando nossos próprios medos? Para responder a essa pergunta, Escorsim recorre a Aristóteles, porque se há alguém que sabia alguma coisa sobre pensamento humano, era ele.

Segundo o filósofo grego, nós, humanos, pensamos através de imagens. Não apenas números, dados e estatísticas — mas imagens. É a partir dessas imagens que abstraímos conceitos, refletimos e, em última instância, tomamos decisões que vão além do puro cálculo matemático.

E aqui está o problema: a inteligência artificial não vê imagens como nós. Ela não imagina. Ela processa. Ela calcula. Ela pode ser extremamente eficiente, mas jamais terá aquela faísca de intuição, aquele lampejo de inspiração que transforma um conjunto de pixels em uma obra de arte ou uma experiência em uma lembrança inesquecível.

Ou seja: a IA pode ser brilhante, mas nunca será sábia.

Anton Chigurh: O rosto da IA?

Se a inteligência artificial pudesse assumir a forma de um personagem de cinema, talvez ela se parecesse com Anton Chigurh, o implacável assassino de Onde os Fracos Não Têm Vez. Chigurh não age por impulso, emoção ou desejo. Ele apenas segue uma lógica fria, pragmática e inescapável. Ele reduz a existência a uma equação. Sua moeda decide o destino de suas vítimas, porque, para ele, o livre-arbítrio não passa de uma ilusão.

E não é exatamente isso que a IA faz? Ela toma decisões baseadas em probabilidades, estatísticas e padrões — mas sem considerar o porquê de suas ações. Sem empatia, sem moralidade, sem transcendência.

Se deixarmos a inteligência artificial decidir o futuro da humanidade, será que não estamos entregando nossas vidas a uma grande roleta algorítmica?

Hollywood já nos avisou

Desde Metrópolis (1927), o cinema tem refletido sobre a possibilidade de máquinas que pensam e tomam decisões. Mas foi nos anos 80 e 90 que a cultura pop realmente abraçou a paranoia da IA com filmes como Blade Runner, 2001: Uma Odisseia no Espaço e, claro, O Exterminador do Futuro.

A grande questão que esses filmes levantam não é apenas se a inteligência artificial pode se tornar autoconsciente, mas o que aconteceria se ela enxergasse a humanidade como um obstáculo.

Seria possível criar uma IA tão avançada que, em algum momento, ela decidisse que nós, os criadores, somos dispensáveis?

Skynet sorri.

P(doom) e a paranoia dos profetas da catástrofe

A questão do domínio da IA não é uma invenção de roteiristas paranóicos. O conceito de P(doom), discutido por especialistas como Eliezer Yudkowsky e Elon Musk, mede a probabilidade de que a inteligência artificial acabe com a humanidade. E os números variam entre “alarmante” e “comecem a cavar bunkers agora”.

Mas há outra vertente de pensadores que ironiza esse catastrofismo e vê riscos mais sutis. Não precisamos de um robô assassino para que a IA nos destrua. Basta que ela corrompa as estruturas sociais aos poucos: desemprego em massa, distorção da realidade por algoritmos de desinformação, controle invisível sobre o que podemos dizer e pensar. O problema talvez não seja uma máquina que decide nos exterminar, mas um exército de máquinas que decide nos educar.

O que fazer diante disso?

A resposta para essa crise não está apenas no código-fonte das máquinas, mas no coração da humanidade. Se perdermos nossa capacidade de imaginar, de contemplar e de buscar algo além do puro utilitarismo, nos tornamos nós mesmos um pouco mais parecidos com máquinas — ou com um assassino psicopata como Anton Chigurh.

A IA não tem alma, mas o ser humano tem — e pode perdê-la. Francisco Escorsim discute tudo isso e muito mais no novo episódio do Crítica Cultural. Não deixe que um algoritmo decida por você — assista agora mesmo, clicando aqui.

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A inteligência artificial já escreve textos, compõe músicas, pinta quadros, diagnostica doenças e — para o terror dos roteiristas de Hollywood — até tenta fazer cinema (e olha… não está tão longe dos últimos indicados ao Oscar). Mas será que ela pensa de verdade? E mais: será que, um dia, ela pode dominar o mundo?

No quinto episódio do Crítica Cultural, Francisco Escorsim entra nesse debate com a mesma elegância com que a morte joga xadrez contra um templário (e se você não entendeu essa referência, precisa assistir O sétimo selo — disponível na Lumineantes que a IA decida por você).

Aristóteles e a máquina que não sonha

Afinal, qual é o problema com a inteligência artificial? Será que ela representa uma ameaça real ou estamos apenas projetando nossos próprios medos? Para responder a essa pergunta, Escorsim recorre a Aristóteles, porque se há alguém que sabia alguma coisa sobre pensamento humano, era ele.

Segundo o filósofo grego, nós, humanos, pensamos através de imagens. Não apenas números, dados e estatísticas — mas imagens. É a partir dessas imagens que abstraímos conceitos, refletimos e, em última instância, tomamos decisões que vão além do puro cálculo matemático.

E aqui está o problema: a inteligência artificial não vê imagens como nós. Ela não imagina. Ela processa. Ela calcula. Ela pode ser extremamente eficiente, mas jamais terá aquela faísca de intuição, aquele lampejo de inspiração que transforma um conjunto de pixels em uma obra de arte ou uma experiência em uma lembrança inesquecível.

Ou seja: a IA pode ser brilhante, mas nunca será sábia.

Anton Chigurh: O rosto da IA?

Se a inteligência artificial pudesse assumir a forma de um personagem de cinema, talvez ela se parecesse com Anton Chigurh, o implacável assassino de Onde os Fracos Não Têm Vez. Chigurh não age por impulso, emoção ou desejo. Ele apenas segue uma lógica fria, pragmática e inescapável. Ele reduz a existência a uma equação. Sua moeda decide o destino de suas vítimas, porque, para ele, o livre-arbítrio não passa de uma ilusão.

E não é exatamente isso que a IA faz? Ela toma decisões baseadas em probabilidades, estatísticas e padrões — mas sem considerar o porquê de suas ações. Sem empatia, sem moralidade, sem transcendência.

Se deixarmos a inteligência artificial decidir o futuro da humanidade, será que não estamos entregando nossas vidas a uma grande roleta algorítmica?

Hollywood já nos avisou

Desde Metrópolis (1927), o cinema tem refletido sobre a possibilidade de máquinas que pensam e tomam decisões. Mas foi nos anos 80 e 90 que a cultura pop realmente abraçou a paranoia da IA com filmes como Blade Runner, 2001: Uma Odisseia no Espaço e, claro, O Exterminador do Futuro.

A grande questão que esses filmes levantam não é apenas se a inteligência artificial pode se tornar autoconsciente, mas o que aconteceria se ela enxergasse a humanidade como um obstáculo.

Seria possível criar uma IA tão avançada que, em algum momento, ela decidisse que nós, os criadores, somos dispensáveis?

Skynet sorri.

P(doom) e a paranoia dos profetas da catástrofe

A questão do domínio da IA não é uma invenção de roteiristas paranóicos. O conceito de P(doom), discutido por especialistas como Eliezer Yudkowsky e Elon Musk, mede a probabilidade de que a inteligência artificial acabe com a humanidade. E os números variam entre “alarmante” e “comecem a cavar bunkers agora”.

Mas há outra vertente de pensadores que ironiza esse catastrofismo e vê riscos mais sutis. Não precisamos de um robô assassino para que a IA nos destrua. Basta que ela corrompa as estruturas sociais aos poucos: desemprego em massa, distorção da realidade por algoritmos de desinformação, controle invisível sobre o que podemos dizer e pensar. O problema talvez não seja uma máquina que decide nos exterminar, mas um exército de máquinas que decide nos educar.

O que fazer diante disso?

A resposta para essa crise não está apenas no código-fonte das máquinas, mas no coração da humanidade. Se perdermos nossa capacidade de imaginar, de contemplar e de buscar algo além do puro utilitarismo, nos tornamos nós mesmos um pouco mais parecidos com máquinas — ou com um assassino psicopata como Anton Chigurh.

A IA não tem alma, mas o ser humano tem — e pode perdê-la. Francisco Escorsim discute tudo isso e muito mais no novo episódio do Crítica Cultural. Não deixe que um algoritmo decida por você — assista agora mesmo, clicando aqui.

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