Padre Jorjão conta como foi a sua convivência com Guido Schäffer, o jovem médico, surfista e seminarista em processo de beatificação e canonização, que tem sua história contada no filme Guido Schäffer: um jovem que amava Deus, as pessoas e o mar – disponível na Lumine.
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Conheci o Guido uma semana após eu ser ordenado padre, em um encontro vocacional no Colégio Santo Agostinho da Barra da Tijuca (Rio de Janeiro), quando eu fui designado, pelo Sr. Cardeal Dom Eugênio, para participar desse encontro. Eu tinha recebido a permissão para poder confessar e a primeira pessoa que eu confessei foi o Guido.
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Sim, depois tivemos um grande convívio na paróquia, quando eu vim para Ipanema, um ano depois e ele fundou o grupo de oração “Fogo do Espírito Santo”. O Guido era uma pessoa de alma transparente, ele participava do grupo e pouco a pouco eu ia percebi que ele ia crescendo na vida de oração com Deus. Era um rapaz que buscava muito a confissão e eu percebi que ele tinha essa facilidade de se confessar. Tinha uma alma inocente, uma alma pura, e ele procurava Deus “como a corsa suspira pelas águas correntes” (Sl 41,2). Eu percebi que o Guido era uma alma de escol, buscava a simplicidade de alma, a pureza de coração, a transparência na confissão, a humildade e a procura de Deus. Ele buscava Deus, procurava profundamente a Deus.
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O Guido ficou noivo e fomos a um encontro com o Papa João Paulo II no Aterro do Flamengo. O Guido disse que o Papa olhou para ele. Existe um biógrafo alemão de São João Paulo II, que dizia que o Papa tinha um olhar profundo e que em várias partes do mundo as pessoas relatavam que o olhar do Papa era transformador, realizava milagres, curava. E o Guido dizia: “o Papa olhou para mim”. E ele ficou tocado com aquele olhar.
No ano seguinte, fomos à Roma. E o Guido foi, junto com seus pais e seu irmão Mauricio. Éramos mais de cem pessoas nessa peregrinação. O Guido nessa viagem revelou aos pais, em Fátima, que ele se sentia chamado por Deus a ser não somente médico do corpo, mas médico da alma. E quando ele voltou, rompeu o noivado, que estava marcado para o dia 12 de outubro do ano seguinte, porque ele sentia que Deus o chamava para ser médico das almas, sacerdote. Ele tinha me contado isso um pouco antes da viagem.
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Eu o via muito feliz, ele tinha um grande desejo de subir ao altar como padre. Eu posso dizer que ele seria um padre que arrastaria multidões. Ele pregava como ninguém, tinha o dom da palavra, citava a Palavra de Deus, a Escritura com o dom de ciência. Ele tinha a Escritura infusa no coração, era como se ele soubesse cada versículo, cada capítulo, infuso no coração. Era algo impressionante, como o Guido sabia, como ele tinha no coração a Escritura, eu ficava impressionado, era como algo borbulhante! Como uma grande cascata – como Niagara falls, ou as cataratas do Iguaçu – a Palavra de Deus jorrava, saía dele como em um Pentecostes. Ele era impressionante!
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E o Guido era um seminarista exemplar. Seu diretores espirituais, como o padre Bruno, diziam que ele às vezes passava a noite rezando na Capela. Era o primeiro a chegar para as orações e o último a sair. Era alguém que estava sempre imbuído de Deus. O Guido não era “alguém que rezava”, mas um seminarista feito de oração.
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Eu soube da morte dele quando eu estava na casa da minha mãe, que naquela época morava no Recreio dos Bandeirantes. O Carlinhos, irmão do padre Bruno, me ligou, perguntou: “O senhor tomou o remédio da pressão?”. Eu perguntei: “Por que, o que aconteceu?”. Aí ele me contou. Eu nunca mais vou esquecer daquele dia. Eu pensava: “por que o Guido, meu Deus, por que o Guido?”. Eu senti muita dor, foi muito sofrimento. Porque o Guido seria o padre que eu nunca vou ser. Ele seria um padre santo, que atrairia as pessoas para a santidade. Toda vez que eu falo isso é uma dor que vem no coração. E as pessoas ainda perguntam: “Por que o Guido?”. Hoje eu sei: porque Deus não queria que ele subisse ao altar como um padre, mas subisse como um santo. Como padre, iria para uma uma paróquia, em nossa arquidiocese. Como santo ele hoje é um padre do mundo, um padre do universo.
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Ame a Deus, seja bom, seja alegre! O Guido era bom, amou sempre a Deus, amou os pais. Eu nunca vi o Guido reclamando de nada, de cara feia, nunca vi o Guido de mau humor. Era alguém sempre alegre e a alegria é a marca registrada do Cristão. Que Deus abençoe todos vocês e nos dê o dom da alegria. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Padre Jorjão conta como foi a sua convivência com Guido Schäffer, o jovem médico, surfista e seminarista em processo de beatificação e canonização, que tem sua história contada no filme Guido Schäffer: um jovem que amava Deus, as pessoas e o mar – disponível na Lumine.
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Conheci o Guido uma semana após eu ser ordenado padre, em um encontro vocacional no Colégio Santo Agostinho da Barra da Tijuca (Rio de Janeiro), quando eu fui designado, pelo Sr. Cardeal Dom Eugênio, para participar desse encontro. Eu tinha recebido a permissão para poder confessar e a primeira pessoa que eu confessei foi o Guido.
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Sim, depois tivemos um grande convívio na paróquia, quando eu vim para Ipanema, um ano depois e ele fundou o grupo de oração “Fogo do Espírito Santo”. O Guido era uma pessoa de alma transparente, ele participava do grupo e pouco a pouco eu ia percebi que ele ia crescendo na vida de oração com Deus. Era um rapaz que buscava muito a confissão e eu percebi que ele tinha essa facilidade de se confessar. Tinha uma alma inocente, uma alma pura, e ele procurava Deus “como a corsa suspira pelas águas correntes” (Sl 41,2). Eu percebi que o Guido era uma alma de escol, buscava a simplicidade de alma, a pureza de coração, a transparência na confissão, a humildade e a procura de Deus. Ele buscava Deus, procurava profundamente a Deus.
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O Guido ficou noivo e fomos a um encontro com o Papa João Paulo II no Aterro do Flamengo. O Guido disse que o Papa olhou para ele. Existe um biógrafo alemão de São João Paulo II, que dizia que o Papa tinha um olhar profundo e que em várias partes do mundo as pessoas relatavam que o olhar do Papa era transformador, realizava milagres, curava. E o Guido dizia: “o Papa olhou para mim”. E ele ficou tocado com aquele olhar.
No ano seguinte, fomos à Roma. E o Guido foi, junto com seus pais e seu irmão Mauricio. Éramos mais de cem pessoas nessa peregrinação. O Guido nessa viagem revelou aos pais, em Fátima, que ele se sentia chamado por Deus a ser não somente médico do corpo, mas médico da alma. E quando ele voltou, rompeu o noivado, que estava marcado para o dia 12 de outubro do ano seguinte, porque ele sentia que Deus o chamava para ser médico das almas, sacerdote. Ele tinha me contado isso um pouco antes da viagem.
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Eu o via muito feliz, ele tinha um grande desejo de subir ao altar como padre. Eu posso dizer que ele seria um padre que arrastaria multidões. Ele pregava como ninguém, tinha o dom da palavra, citava a Palavra de Deus, a Escritura com o dom de ciência. Ele tinha a Escritura infusa no coração, era como se ele soubesse cada versículo, cada capítulo, infuso no coração. Era algo impressionante, como o Guido sabia, como ele tinha no coração a Escritura, eu ficava impressionado, era como algo borbulhante! Como uma grande cascata – como Niagara falls, ou as cataratas do Iguaçu – a Palavra de Deus jorrava, saía dele como em um Pentecostes. Ele era impressionante!
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E o Guido era um seminarista exemplar. Seu diretores espirituais, como o padre Bruno, diziam que ele às vezes passava a noite rezando na Capela. Era o primeiro a chegar para as orações e o último a sair. Era alguém que estava sempre imbuído de Deus. O Guido não era “alguém que rezava”, mas um seminarista feito de oração.
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Eu soube da morte dele quando eu estava na casa da minha mãe, que naquela época morava no Recreio dos Bandeirantes. O Carlinhos, irmão do padre Bruno, me ligou, perguntou: “O senhor tomou o remédio da pressão?”. Eu perguntei: “Por que, o que aconteceu?”. Aí ele me contou. Eu nunca mais vou esquecer daquele dia. Eu pensava: “por que o Guido, meu Deus, por que o Guido?”. Eu senti muita dor, foi muito sofrimento. Porque o Guido seria o padre que eu nunca vou ser. Ele seria um padre santo, que atrairia as pessoas para a santidade. Toda vez que eu falo isso é uma dor que vem no coração. E as pessoas ainda perguntam: “Por que o Guido?”. Hoje eu sei: porque Deus não queria que ele subisse ao altar como um padre, mas subisse como um santo. Como padre, iria para uma uma paróquia, em nossa arquidiocese. Como santo ele hoje é um padre do mundo, um padre do universo.
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Ame a Deus, seja bom, seja alegre! O Guido era bom, amou sempre a Deus, amou os pais. Eu nunca vi o Guido reclamando de nada, de cara feia, nunca vi o Guido de mau humor. Era alguém sempre alegre e a alegria é a marca registrada do Cristão. Que Deus abençoe todos vocês e nos dê o dom da alegria. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
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