O cineasta Martin Scorsese com o Papa Francisco no Vaticano

Martin Scorsese encontra-se com o Papa e promete novo filme sobre Jesus Cristo

O diretor americano Martin Scorsese é conhecido por abordar em seus filmes temas relacionados à fé, particularmente à fé católica.

Filho de imigrantes italianos, Scorsese teve uma formação religiosa e, na adolescência, chegou até a cogitar a possibilidade de entrar para o seminário, mas acabou optando pela carreira de cineasta.

Contudo, essa formação exerceu grande influência sobre a sua obra e, mesmo quando os seus filmes não tratam de temas explicitamente religiosos, as suas histórias tocam em questões morais ligadas à religião.

As duas grandes forças da juventude de Scorsese, foram, segundo ele mesmo, a igreja e o cinema. Certa vez, em entrevista ao escritor Richard Schickel, o cineasta afirmou: “Eu tinha fé quando ia à igreja. E tinha fé quando ia ao cinema”.

Conhecido por filmes como Táxi Driver e Touro Indomável, Scorsese é responsável pela produção do controverso A última tentação de Cristo (adaptação do romance do escritor Nikos Kazantzákis), que, à época de seu lançamento, provocou o protesto de diversos grupos religiosos nos Estados Unidos.

O diretor também produziu uma refilmagem do filme Silêncio, de Masahiro Shinoda, que conta a história dos padres jesuítas que se tornam mártires em suas missões realizadas em solo japonês, no século XV.

Agora, Scorsese está preparando um novo filme sobre a vida de Jesus Cristo.

Uma resposta ao apelo do Papa

Dessa vez, contudo, o cineasta disse estar atendendo a um apelo do Papa Francisco dirigido aos artistas.

A novidade foi veiculada após uma audiência do Papa com participantes de um congresso realizado em Roma, promovido pela revista “La Civiltà Cattolica”, com o tema “Imaginação poética e a inspiração católica”. Entre os mais de 40 escritores oriundos de diversas nacionalidades, estava o cineasta americano.

Em seu discurso, o Sumo Pontífice chamou a atenção para a importância da arte para a igreja, dando destaque à relação que existe entre a imaginação poética e a contemplação.

Francisco, que, quando era professor no Colégio da Imaculada Conceição, na cidade de Santa Fe, na Argentina, ensinou literatura aos seus estudantes, após lembrar da forte influência recebida de autores como Dostoiévski, Leon Bloy e Dante Alighieri, disse aos artistas:

“As palavras dos escritores ajudaram-me a entender a mim mesmo, o mundo e meu povo; mas também a perscrutar o coração humano, minha vida pessoal de fé e a ação pastoral, e, agora, também meu ministério petrino. Por isso, a palavra literária é como um espinho no coração, que nos impele à contemplação e indica o caminho.”

A partir da recordação dessa experiência pessoal, o Papa exortou os artistas a empregarem os seus meios de expressão no trabalho de propagação do Evangelho, e ressaltou a responsabilidade social que os escritores, diretores e poetas têm na construção da imaginação dos fiéis:

Este é o seu trabalho como poetas, contadores de histórias, diretores, artistas: dar vida, para dar corpo, dar palavra a tudo que o ser humano vive, sente, sonha, sofre, criando harmonia e beleza.Vocês são os que moldam nossa imaginação. Hoje, precisamos do gênio de uma nova linguagem, de histórias e imagens fortes, de escritores, poetas, artistas capazes de anunciar ao mundo a mensagem do Evangelho, que nos faz ver Jesus.”

A declaração do Papa inspirou o cineasta americano a atender a esse apelo, produzindo um novo filme sobre a vida de Cristo. “Decidi responder ao apelo do Papa da única maneira que sei: imaginando e escrevendo um roteiro de um filme sobre Jesus”, disse Scorsese numa conferência de imprensa.

Dentre as referências citadas por Scorsese como inspiração, está o filme O Evangelho segundo São Mateus, do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini, que consta na lista de filmes do Vaticano e é reconhecido pela igreja como uma das melhores adaptações de um Evangelho ao cinema.

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