jim caviezel em imagem de divulgação do filme "som da liberdade"

Por que “Som da liberdade” é um filme tão polêmico?

Em cartaz em cinemas de todo o Brasil, Som da Liberdade já é um dos filmes mais assistidos de 2023.

A produção independente figura no top 20 dos filmes mais assistidos no mundo inteiro, ao lado de grandes produções como The flash e do último filme do Indiana Jones.

Contudo, embora o sucesso de bilheteria seja inegável, vários veículos de mídia atacaram o filme duramente, envolvendo-o em diversas polêmicas.

Vejamos algumas delas.

“Som da liberdade” é baseado em fatos reais?

A primeira alegação contra o filme é a de que ele não é realmente baseado em fatos reais, pois a história teria sido distorcida e não seria fiel aos acontecimentos retratados.

Afinal, o filme é baseado em fatos reais?

Sim. De fato, Tim Ballard, ex-agente do governo americano, criou uma organização paramilitar com o objetivo de resgatar crianças vítimas do tráfico humano e da exploração sexual.

Obviamente, como acontece em todos os filmes que são baseados em fatos reais, vários acontecimentos são alterados (exagerados ou atenuados) com o objetivo de ressaltar os recursos próprios do cinema, como o suspense, o mistério e a dramaticidade das cenas, mas o filme é baseado em fatos reais.

Ainda que a missão específica retratada no filme não seja verídica, ela seria uma representação de vários casos similares.

“Som da liberdade” é um filme que dissemina uma teoria da conspiração?

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Alguns veículos de mídia, como o jornal The guardian e a revista Rolling Stone, por exemplo, foram extremamente críticos a Som da liberdade, ligando a trama do filme a uma teoria conhecida como Qanon, segundo a qual há uma elite global constituída por adoradores de Satanás que sequestra crianças para usá-las em rituais de sacrifício. O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seria o líder de um movimento que busca combater essa elite.

Contudo, embora Som da liberdade fale do tráfico internacional de crianças — e embora Donald Trump seja, de fato, um dos grandes embaixadores da produção —, o filme não toca em nenhum assunto relacionado a elites ocultistas.

Em síntese, o filme é apenas um suspense policial que mostra a resolução de um dos casos resolvidos pela organização de Tim Ballard.

Um assunto delicado

Para além de qualquer “teoria”, Som da liberdade trata de um problema verdadeiro, pois o tráfico infantil e a exploração sexual são realidades que não podem ser ignoradas.

Ou seja, independentemente da repercussão do filme (e da política envolvida nos discursos dos grupos de direita e de esquerda que o transformaram em bandeiras ideológicas), o assunto principal abordado na produção já é delicado por si mesmo.

O diretor e roteirista do filme, o mexicano Alejandro Monteverde, disse que o seu principal objetivo com a produção era o de “chamar a atenção para esse assunto [do tráfico de crianças], para toda a escuridão envolvida nisso”. 

Durante a produção, ele pensava que a história do filme “faria com que as pessoas ficassem mais unidas”, pois seria uma história que, embora apresente um lado obscuro da realidade, também mostra que há pessoas dispostas a combater o mal.

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