O Natal, para nós católicos, não acontece só na missa. Ele transborda para dentro de casa: na mesa, nas conversas, na cozinha, nos filmes que escolhemos assistir juntos. Se Deus se fez carne, então o cotidiano também pode se tornar lugar de encontro com Ele.
Por isso, cada tradição de Natal — acender uma vela, montar o presépio, preparar biscoitos, cantar músicas, assistir a filmes — é uma oportunidade de ensinar às crianças que a fé não está separada da vida. Pelo contrário: Ela ilumina tudo.
A seguir, você encontra um guia simples e profundo para viver o Advento e o Natal com propósito, beleza e alegria, do jeitinho que as crianças entendem e jamais esquecem.
A Coroa do Advento é, por si só, uma catequese silenciosa. Colocada no centro da mesa ou da sala, ela funciona como o “relógio espiritual” da casa, lembrando que o Natal não é um salto apressado para o dia 25, mas um caminho de amadurecimento interior, que devemos viver conscientemente. A cada vela acesa, as crianças percebem que, a cada dia, a luz cresce. Ao acender a vela do domingo, de preferência antes da refeição principal, a família se reúne ao redor de uma chama frágil que ilumina o rosto de todos. Esse pequeno gesto, repetido semanalmente, grava no coração dos pequenos a ideia de que Cristo chega pouco a pouco, iluminando o mundo desde dentro.
O Calendário do Advento, embora hoje seja popularmente associado a uma contagem regressiva recheada de chocolates, nasceu como uma tradição cristã de preparar o coração para acolher o Menino Jesus. Com o tempo, a cultura popular transformou esse gesto espiritual em algo mais comercial; porém, nas famílias católicas, ele pode recuperar seu sentido original: uma jornada diária de conversão e de pequenas obras de amor e caridade.
Isso significa ensinar às crianças que o Advento não é apenas sobre “esperar o Natal chegar”, mas sobre tornar-se mais parecido com Jesus a cada dia, preparando-se para a Sua chegada. Em vez de encher meias com guloseimas, cada dia do calendário pode propor uma ação concreta adequada à idade: fazer um elogio sincero a um colega de escola, dividir um brinquedo, telefonar para os avós, rezar por alguém que passa necessidade, escolher um item para doar, comer sem reclamar ou obedecer na primeira vez. Essas atitudes transformam a espera em um caminho pedagógico, em que a fé deixa de ser abstrata e se encarna em gestos cotidianos.
Para que tudo isso se torne visível e significativo, muitas famílias usam a prática das “palhinhas da manjedoura”: cada boa ação realizada pela criança se transforma em uma palha colocada na manjedoura vazia. Dia após dia, elas percebem que o presépio, antes simples e frio, vai ganhando maciez, calor e acolhimento. Assim, aprendem que o que prepara o lugar para Jesus não são os objetos comprados, mas os atos de generosidade vividos em família.
E como integrar isso ao ritmo espiritual da Igreja? Além da tradicional Novena de Natal, o calendário pode incluir momentos breves de oração em família: acender a vela da Coroa do Advento, ler juntos um versículo do Evangelho, agradecer pela graça do dia ou rezar por alguma intenção.
No fim das contas, o Calendário do Advento deixa de ser um simples marcador de dias e se torna um itinerário de amor em que as crianças descobrem, pela experiência, que preparar o presépio exterior é inseparável de preparar o presépio interior.
A árvore de Jessé revela que o nascimento de Jesus é o auge de uma história longa, tecida por Deus ao longo de gerações. A tradição surgiu na Idade Média, inspirada nas genealogias bíblicas e nas iluminuras que representavam a raiz de Jessé florescendo até chegar ao Messias. Eram imagens usadas para catequese, especialmente para ajudar quem não sabia ler a visualizar, de forma concreta, que Cristo é o cumprimento de todas as promessas feitas ao povo de Israel.

Recriar essa árvore em casa, no Advento, é uma forma de trazer essa antiga sabedoria para o cotidiano da família. A montagem é simples e muito simbólica: um galho seco, uma pequena árvore artesanal ou até a própria árvore de Natal pode receber um enfeite novo por dia — cada um representando um personagem ou episódio-chave da História da Salvação. Junto com o símbolo — a maçã de Adão e Eva, a arca de Noé, a escada de Jacó, o carneiro de Abraão, a harpa de Davi, o ramo de Isaías — a família lê um breve trecho bíblico e conversa sobre ele. Esses minutos diários abrem uma janelinha para que a criança veja, com simplicidade e encanto, como Deus sempre acompanhou Seu povo e como tudo converge para Jesus.
Montar a árvore de Jessé em família é parte essencial da experiência. Ao escolherem juntos os símbolos, recortá-los, pintá-los ou pendurá-los, pais e filhos transformam a catequese num momento especial, numa tradição de Natal. A cada gesto, a mensagem se enraíza: a fé é algo que se constrói “com as mãos” e com o tempo. E quando os dias passam, a criança percebe, quase como em um mosaico que vai se completando, que Jesus não “apareceu do nada”, mas veio como resposta a uma promessa antiga, paciente e amorosa. O Natal, então, deixa de ser apenas a celebração do nascimento de um bebê e se torna o ponto culminante de uma narrativa que começou na Criação e encontrou seu desfecho luminoso na manjedoura de Belém.
Nenhum símbolo do Natal fala tão diretamente ao coração das crianças quanto o presépio. Mas antes de ser um enfeite ou uma tradição de Natal, ele nasceu de um desejo profundo de fazer o Evangelho ser visto e tocado. No inverno de 1223, em Greccio, São Francisco de Assis quis ajudar o povo — muitos deles analfabetos — a contemplar o mistério da Encarnação de um modo concreto, quase palpável. Preparou uma gruta simples, colocou ali o boi e o jumento, acendeu tochas, reuniu camponeses e, naquela noite silenciosa, transformou a aldeia em uma nova Belém. Não havia ainda as imagens que conhecemos hoje; havia apenas a pobreza do lugar e a força do gesto: tornar visível o amor invisível de Deus.
Leia mais sobre “A origem do presépio: como nasceu a tradição de Natal mais importante para os cristãos”.
Recontar essa origem às crianças é ajudar que elas entendam que o presépio é um convite a entrar na história de Jesus. Ao montar as figuras, peça para que cada uma seja colocada com intenção: Maria como a mulher que disse “sim”, José como o homem justo e silencioso, os pastores como aqueles que sabiam reconhecer a graça mesmo na noite escura, os magos como buscadores incansáveis da verdade. Cada personagem abre um pequeno portal para uma virtude, uma história, um mistério.
Ao montar a árvore de Natal, as famílias têm a oportunidade de transformar um gesto comum — muitas vezes reduzido ao brilho das luzes e à escolha das bolas coloridas — em um momento de transmissão de fé. A tradição cristã da árvore remonta à história de São Bonifácio, o grande missionário do século VIII, enviado para evangelizar os povos germânicos. Segundo a tradição, ele encontrou aldeias que ofereciam sacrifícios ao carvalho sagrado do deus Thor. Para mostrar que apenas o Deus vivo merecia adoração, Bonifácio derrubou o carvalho diante de todos. Quando a árvore caiu, um pequeno pinheiro permaneceu intacto, ereto entre os galhos quebrados. Bonifácio tomou aquilo como um sinal providencial: o pinheiro, sempre verde mesmo no rigor do inverno, seria uma imagem perfeita de Cristo, que permanece vivo para sempre.

Trazer essa história para as crianças, enquanto a família monta a árvore, muda completamente o sentido do momento. O pinheiro deixa de ser apenas um item bonito de decoração e passa a ser um símbolo que fala. Seu formato triangular recorda a Santíssima Trindade; seu topo aponta para o céu, lembrando que toda a criação está orientada para Deus; os galhos abertos sugerem acolhimento; e as luzes que o enfeitam anunciam que a verdadeira luz não vem das lâmpadas, mas do Cristo que ilumina todo homem. Até mesmo as bolas e enfeites podem se tornar pretextos para catequese: cada cor pode remeter a uma virtude, cada detalhe pode carregar uma pequena história.
Para se aprofundar na história, assista a “A Árvore de Natal e o Carvalho do Trovão”: Neste conto de aventura, São Bonifácio anuncia a Boa Nova de Jesus Cristo a um povo pagão que vive em um lugar distante.
Antes de se tornar um símbolo de consumo para o comércio, São Nicolau — bispo do século IV — era conhecido por sua caridade e por seu amor especial pelos pobres e pelas crianças. A tradição conta que ele deixava moedas de ouro anonimamente para ajudar famílias em necessidade, sempre de modo discreto, porque desejava que a glória fosse de Deus, não sua. É por isso que seu nome se tornou sinônimo de generosidade que nasce do coração.

Apresentar às crianças a figura de São Nicolau é resgatar o verdadeiro espírito natalino: um tempo não para receber, mas para partilhar. Muitas famílias cristãs mantêm o costume do “sapato de São Nicolau”, no dia 6 de dezembro, colocando pequenos pães, frutas ou bilhetinhos com incentivos dentro dos sapatos deixados à porta.
Entenda a verdadeira história do Papai Noel: assista a “O Verdadeiro Papai Noel” e veja o rastro de verdade, bondade e beleza deixado pela vida de São Nicolau.
Assistir a filmes de Natal em família pode se tornar uma verdadeira escola de virtudes quando conduzido com intencionalidade. Em vez de simplesmente “colocar algo para distrair as crianças”, os pais podem escolher filmes que dialoguem com valores cristãos, mesmo quando não são religiosos. Depois da sessão, uma conversa breve — “Quem agiu como Jesus nesta história?”, “Quem precisou pedir perdão?”, “O que o filme nos ensina?” — ajuda as crianças a perceber que a graça pode ser reconhecida até nas narrativas mais simples.

Clássicos como A Felicidade Não se Compra revelam o valor sagrado de uma vida comum; Um Conto de Natal abre portas para conversas sobre conversão e caridade; As Crônicas de Nárnia despertam o imaginário cristão através da beleza e do simbolismo; e O Quarto Sábio mostra que Cristo se encontra nos pequenos. Assim, a cultura deixa de ser algo externo à fé e se torna parte da educação espiritual da família.
Confira uma lista de filmes perfeitos para assistir em família.
Na correria dos dias, poucas experiências são tão fascinantes para uma criança quanto o ato de cozinhar com a família. Preparar biscoitos, mexer uma massa, experimentar as comidas antes da hora, modelar formas com as mãos — tudo isso aproxima pais e filhos e ensina que o amor cabe nos pequenos detalhes. A cozinha torna-se uma extensão do altar, um lugar onde se prepara o “banquete do amor”.
As bengalas doces podem ser explicadas como símbolos: o “J” de Jesus, o cajado do Bom Pastor, o branco da pureza, o vermelho da paixão. Os biscoitos de São Nicolau, feitos no dia 6 de dezembro, transformam-se em uma memória afetiva cheia de significado: a doçura da vida vem da graça. E quando a família separa uma parte da produção para doar a um vizinho, a uma família carente ou ao porteiro do prédio, as crianças entendem que a generosidade é o verdadeiro sabor do Natal.
Se o presépio mostra a humildade com que Deus entra no mundo, a Epifania revela a grandiosidade deste acontecimento. Celebrada em 6 de janeiro, a festa recorda a visita dos Magos — aqueles sábios vindos de longe, guiados por uma estrela que tocou sua inteligência e seu desejo mais profundo. Eles representam todos os povos que procuram a verdade, todos os corações inquietos que pressentem que a vida tem um sentido maior.
Explicar às crianças o significado da Epifania é mostrar que o Natal não é apenas para um povo, mas para o mundo inteiro. Os Magos chegam depois dos pastores, como que para completar o quadro: de um lado, os simples e pobres; do outro, os estudiosos e viajantes. Ambos encontram o mesmo Menino, revelando que ninguém está longe demais para ser alcançado por Deus.
Uma prática muito bela é mover as figuras dos Magos pelo presépio ao longo dos dias do Advento, como peregrinos que se aproximam passo a passo. Isso ajuda as crianças a perceber que a fé é caminho e que todos nós, como eles, somos convidados a seguir a estrela que aponta para Cristo.
Assim, o ciclo natalino se encerra não com o fim da festa, mas com a certeza de que a luz que brilhou em Belém quer alcançar cada pessoa, cada família, cada canto do mundo. A Epifania, então, nos lembra que o Menino do presépio é também o Rei que veio para iluminar todas as nações.
***
Em dezembro, lançaremos de forma inédita O Grande Espetáculo de Natal “Filho de Deus, Menino Meu”, inspirada na obra de Maria Emmir Nogueira — uma obra que ilumina, com beleza e profundidade, cada cena do nascimento de Jesus.

Acompanhe nosso perfil no Instagram e descubra, dia após dia, novos significados sobre o presépio e sobre o Deus que se faz criança por amor.
O Natal, para nós católicos, não acontece só na missa. Ele transborda para dentro de casa: na mesa, nas conversas, na cozinha, nos filmes que escolhemos assistir juntos. Se Deus se fez carne, então o cotidiano também pode se tornar lugar de encontro com Ele.
Por isso, cada tradição de Natal — acender uma vela, montar o presépio, preparar biscoitos, cantar músicas, assistir a filmes — é uma oportunidade de ensinar às crianças que a fé não está separada da vida. Pelo contrário: Ela ilumina tudo.
A seguir, você encontra um guia simples e profundo para viver o Advento e o Natal com propósito, beleza e alegria, do jeitinho que as crianças entendem e jamais esquecem.
A Coroa do Advento é, por si só, uma catequese silenciosa. Colocada no centro da mesa ou da sala, ela funciona como o “relógio espiritual” da casa, lembrando que o Natal não é um salto apressado para o dia 25, mas um caminho de amadurecimento interior, que devemos viver conscientemente. A cada vela acesa, as crianças percebem que, a cada dia, a luz cresce. Ao acender a vela do domingo, de preferência antes da refeição principal, a família se reúne ao redor de uma chama frágil que ilumina o rosto de todos. Esse pequeno gesto, repetido semanalmente, grava no coração dos pequenos a ideia de que Cristo chega pouco a pouco, iluminando o mundo desde dentro.
O Calendário do Advento, embora hoje seja popularmente associado a uma contagem regressiva recheada de chocolates, nasceu como uma tradição cristã de preparar o coração para acolher o Menino Jesus. Com o tempo, a cultura popular transformou esse gesto espiritual em algo mais comercial; porém, nas famílias católicas, ele pode recuperar seu sentido original: uma jornada diária de conversão e de pequenas obras de amor e caridade.
Isso significa ensinar às crianças que o Advento não é apenas sobre “esperar o Natal chegar”, mas sobre tornar-se mais parecido com Jesus a cada dia, preparando-se para a Sua chegada. Em vez de encher meias com guloseimas, cada dia do calendário pode propor uma ação concreta adequada à idade: fazer um elogio sincero a um colega de escola, dividir um brinquedo, telefonar para os avós, rezar por alguém que passa necessidade, escolher um item para doar, comer sem reclamar ou obedecer na primeira vez. Essas atitudes transformam a espera em um caminho pedagógico, em que a fé deixa de ser abstrata e se encarna em gestos cotidianos.
Para que tudo isso se torne visível e significativo, muitas famílias usam a prática das “palhinhas da manjedoura”: cada boa ação realizada pela criança se transforma em uma palha colocada na manjedoura vazia. Dia após dia, elas percebem que o presépio, antes simples e frio, vai ganhando maciez, calor e acolhimento. Assim, aprendem que o que prepara o lugar para Jesus não são os objetos comprados, mas os atos de generosidade vividos em família.
E como integrar isso ao ritmo espiritual da Igreja? Além da tradicional Novena de Natal, o calendário pode incluir momentos breves de oração em família: acender a vela da Coroa do Advento, ler juntos um versículo do Evangelho, agradecer pela graça do dia ou rezar por alguma intenção.
No fim das contas, o Calendário do Advento deixa de ser um simples marcador de dias e se torna um itinerário de amor em que as crianças descobrem, pela experiência, que preparar o presépio exterior é inseparável de preparar o presépio interior.
A árvore de Jessé revela que o nascimento de Jesus é o auge de uma história longa, tecida por Deus ao longo de gerações. A tradição surgiu na Idade Média, inspirada nas genealogias bíblicas e nas iluminuras que representavam a raiz de Jessé florescendo até chegar ao Messias. Eram imagens usadas para catequese, especialmente para ajudar quem não sabia ler a visualizar, de forma concreta, que Cristo é o cumprimento de todas as promessas feitas ao povo de Israel.

Recriar essa árvore em casa, no Advento, é uma forma de trazer essa antiga sabedoria para o cotidiano da família. A montagem é simples e muito simbólica: um galho seco, uma pequena árvore artesanal ou até a própria árvore de Natal pode receber um enfeite novo por dia — cada um representando um personagem ou episódio-chave da História da Salvação. Junto com o símbolo — a maçã de Adão e Eva, a arca de Noé, a escada de Jacó, o carneiro de Abraão, a harpa de Davi, o ramo de Isaías — a família lê um breve trecho bíblico e conversa sobre ele. Esses minutos diários abrem uma janelinha para que a criança veja, com simplicidade e encanto, como Deus sempre acompanhou Seu povo e como tudo converge para Jesus.
Montar a árvore de Jessé em família é parte essencial da experiência. Ao escolherem juntos os símbolos, recortá-los, pintá-los ou pendurá-los, pais e filhos transformam a catequese num momento especial, numa tradição de Natal. A cada gesto, a mensagem se enraíza: a fé é algo que se constrói “com as mãos” e com o tempo. E quando os dias passam, a criança percebe, quase como em um mosaico que vai se completando, que Jesus não “apareceu do nada”, mas veio como resposta a uma promessa antiga, paciente e amorosa. O Natal, então, deixa de ser apenas a celebração do nascimento de um bebê e se torna o ponto culminante de uma narrativa que começou na Criação e encontrou seu desfecho luminoso na manjedoura de Belém.
Nenhum símbolo do Natal fala tão diretamente ao coração das crianças quanto o presépio. Mas antes de ser um enfeite ou uma tradição de Natal, ele nasceu de um desejo profundo de fazer o Evangelho ser visto e tocado. No inverno de 1223, em Greccio, São Francisco de Assis quis ajudar o povo — muitos deles analfabetos — a contemplar o mistério da Encarnação de um modo concreto, quase palpável. Preparou uma gruta simples, colocou ali o boi e o jumento, acendeu tochas, reuniu camponeses e, naquela noite silenciosa, transformou a aldeia em uma nova Belém. Não havia ainda as imagens que conhecemos hoje; havia apenas a pobreza do lugar e a força do gesto: tornar visível o amor invisível de Deus.
Leia mais sobre “A origem do presépio: como nasceu a tradição de Natal mais importante para os cristãos”.
Recontar essa origem às crianças é ajudar que elas entendam que o presépio é um convite a entrar na história de Jesus. Ao montar as figuras, peça para que cada uma seja colocada com intenção: Maria como a mulher que disse “sim”, José como o homem justo e silencioso, os pastores como aqueles que sabiam reconhecer a graça mesmo na noite escura, os magos como buscadores incansáveis da verdade. Cada personagem abre um pequeno portal para uma virtude, uma história, um mistério.
Ao montar a árvore de Natal, as famílias têm a oportunidade de transformar um gesto comum — muitas vezes reduzido ao brilho das luzes e à escolha das bolas coloridas — em um momento de transmissão de fé. A tradição cristã da árvore remonta à história de São Bonifácio, o grande missionário do século VIII, enviado para evangelizar os povos germânicos. Segundo a tradição, ele encontrou aldeias que ofereciam sacrifícios ao carvalho sagrado do deus Thor. Para mostrar que apenas o Deus vivo merecia adoração, Bonifácio derrubou o carvalho diante de todos. Quando a árvore caiu, um pequeno pinheiro permaneceu intacto, ereto entre os galhos quebrados. Bonifácio tomou aquilo como um sinal providencial: o pinheiro, sempre verde mesmo no rigor do inverno, seria uma imagem perfeita de Cristo, que permanece vivo para sempre.

Trazer essa história para as crianças, enquanto a família monta a árvore, muda completamente o sentido do momento. O pinheiro deixa de ser apenas um item bonito de decoração e passa a ser um símbolo que fala. Seu formato triangular recorda a Santíssima Trindade; seu topo aponta para o céu, lembrando que toda a criação está orientada para Deus; os galhos abertos sugerem acolhimento; e as luzes que o enfeitam anunciam que a verdadeira luz não vem das lâmpadas, mas do Cristo que ilumina todo homem. Até mesmo as bolas e enfeites podem se tornar pretextos para catequese: cada cor pode remeter a uma virtude, cada detalhe pode carregar uma pequena história.
Para se aprofundar na história, assista a “A Árvore de Natal e o Carvalho do Trovão”: Neste conto de aventura, São Bonifácio anuncia a Boa Nova de Jesus Cristo a um povo pagão que vive em um lugar distante.
Antes de se tornar um símbolo de consumo para o comércio, São Nicolau — bispo do século IV — era conhecido por sua caridade e por seu amor especial pelos pobres e pelas crianças. A tradição conta que ele deixava moedas de ouro anonimamente para ajudar famílias em necessidade, sempre de modo discreto, porque desejava que a glória fosse de Deus, não sua. É por isso que seu nome se tornou sinônimo de generosidade que nasce do coração.

Apresentar às crianças a figura de São Nicolau é resgatar o verdadeiro espírito natalino: um tempo não para receber, mas para partilhar. Muitas famílias cristãs mantêm o costume do “sapato de São Nicolau”, no dia 6 de dezembro, colocando pequenos pães, frutas ou bilhetinhos com incentivos dentro dos sapatos deixados à porta.
Entenda a verdadeira história do Papai Noel: assista a “O Verdadeiro Papai Noel” e veja o rastro de verdade, bondade e beleza deixado pela vida de São Nicolau.
Assistir a filmes de Natal em família pode se tornar uma verdadeira escola de virtudes quando conduzido com intencionalidade. Em vez de simplesmente “colocar algo para distrair as crianças”, os pais podem escolher filmes que dialoguem com valores cristãos, mesmo quando não são religiosos. Depois da sessão, uma conversa breve — “Quem agiu como Jesus nesta história?”, “Quem precisou pedir perdão?”, “O que o filme nos ensina?” — ajuda as crianças a perceber que a graça pode ser reconhecida até nas narrativas mais simples.

Clássicos como A Felicidade Não se Compra revelam o valor sagrado de uma vida comum; Um Conto de Natal abre portas para conversas sobre conversão e caridade; As Crônicas de Nárnia despertam o imaginário cristão através da beleza e do simbolismo; e O Quarto Sábio mostra que Cristo se encontra nos pequenos. Assim, a cultura deixa de ser algo externo à fé e se torna parte da educação espiritual da família.
Confira uma lista de filmes perfeitos para assistir em família.
Na correria dos dias, poucas experiências são tão fascinantes para uma criança quanto o ato de cozinhar com a família. Preparar biscoitos, mexer uma massa, experimentar as comidas antes da hora, modelar formas com as mãos — tudo isso aproxima pais e filhos e ensina que o amor cabe nos pequenos detalhes. A cozinha torna-se uma extensão do altar, um lugar onde se prepara o “banquete do amor”.
As bengalas doces podem ser explicadas como símbolos: o “J” de Jesus, o cajado do Bom Pastor, o branco da pureza, o vermelho da paixão. Os biscoitos de São Nicolau, feitos no dia 6 de dezembro, transformam-se em uma memória afetiva cheia de significado: a doçura da vida vem da graça. E quando a família separa uma parte da produção para doar a um vizinho, a uma família carente ou ao porteiro do prédio, as crianças entendem que a generosidade é o verdadeiro sabor do Natal.
Se o presépio mostra a humildade com que Deus entra no mundo, a Epifania revela a grandiosidade deste acontecimento. Celebrada em 6 de janeiro, a festa recorda a visita dos Magos — aqueles sábios vindos de longe, guiados por uma estrela que tocou sua inteligência e seu desejo mais profundo. Eles representam todos os povos que procuram a verdade, todos os corações inquietos que pressentem que a vida tem um sentido maior.
Explicar às crianças o significado da Epifania é mostrar que o Natal não é apenas para um povo, mas para o mundo inteiro. Os Magos chegam depois dos pastores, como que para completar o quadro: de um lado, os simples e pobres; do outro, os estudiosos e viajantes. Ambos encontram o mesmo Menino, revelando que ninguém está longe demais para ser alcançado por Deus.
Uma prática muito bela é mover as figuras dos Magos pelo presépio ao longo dos dias do Advento, como peregrinos que se aproximam passo a passo. Isso ajuda as crianças a perceber que a fé é caminho e que todos nós, como eles, somos convidados a seguir a estrela que aponta para Cristo.
Assim, o ciclo natalino se encerra não com o fim da festa, mas com a certeza de que a luz que brilhou em Belém quer alcançar cada pessoa, cada família, cada canto do mundo. A Epifania, então, nos lembra que o Menino do presépio é também o Rei que veio para iluminar todas as nações.
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Em dezembro, lançaremos de forma inédita O Grande Espetáculo de Natal “Filho de Deus, Menino Meu”, inspirada na obra de Maria Emmir Nogueira — uma obra que ilumina, com beleza e profundidade, cada cena do nascimento de Jesus.

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