Viktor Frankl

“Além da Liberdade”: Lumine lança documentário original sobre Viktor Frankl

Nesta nova produção original, a Lumine viajou por cinco países para contar a história de uma das grandes personalidades do século XX: o psicólogo austríaco Viktor Frankl, sobrevivente dos campos de concentração nazistas.

Em “Além da liberdade”, serão apresentados registros inéditos de lugares importantes da trajetória de Frankl, como sua casa em Viena e o campo de Auschwitz. O filme também conta com entrevistas exclusivas com pessoas ligadas a ele, incluindo sua discípula Elisabeth Lucas e sua esposa, Elly Frankl.

Toda essa jornada pela biografia desse grande homem terá como guias os professores Luís Enrique Paulino Carmelo e Claudio García Pintos, que refletem sobre os principais dramas e temas de sua vida e de seu pensamento.

A vida de Frankl

Viktor Emil Frankl nasceu em Viena em 1905, sendo o segundo de um total de três filhos de seus pais. Sua juventude se deu em um momento em que a cidade onde morava vivia uma grande efervescência intelectual, artística e cultural.

Logo cedo, Frankl teve contato com as ideias de Sigmund Freud, o pai da psicanálise, com quem se correspondeu. Também fez parte do círculo de Adolf Adler, outro pensador da psicoterapia. No entanto, com o tempo, uma série de divergências teóricas o levaram a se afastar de ambos.

A anexação da Áustria pela Alemanha nazista em 1938 impôs restrições aos judeus, levando Frankl a fechar sua clínica. Diante das crescentes perseguições e ameaças, ele enfrenta um dilema: aproveitar um visto e emigrar para os Estados Unidos ou permanecer na Áustria ao lado dos pais? Ele decide ficar.

Em 1944, Frankl é enviado para o campo de concentração de Auschwitz, onde recebe como identificação o número de prisioneiro “119.104”. De lá, ele ainda é transferido para o campo de Kaufering e depois a Tuerkheim, subsidiários do campo de Dachau, na Bavária.

Em 1945, o campo de Dachau é libertado pelas tropas americanas. De volta a Viena, Frankl descobre que jamais voltaria a reencontrar sua família: sua esposa, a mãe, o irmão e a cunhada, todos foram mortos em câmaras de gás.

Desesperado com as notícias, ele encontra força em seus amigos e na determinação de escrever livros onde relatava tudo que viveu e observou como prisioneiro. Em 1946, vêm a público o livro “Em busca de sentido”, no qual Frankl, além de descrever sua dramática experiência, faz apontamentos psicológicos e filosóficos a respeito do que testemunhou.

O livro tornou-se um best-seller em todo o mundo. Pessoas de todas as partes, ao enfrentarem diferentes desafios, sentiram-se acolhidas e motivadas pela mensagem de esperança e resiliência de Frankl, que afirma sempre haver um sentido a ser encontrado, mesmo em meio aos piores sofrimentos.

Nas décadas seguintes, ele se dedica às palestras e a sistematizar os fundamentos da Logoterapia, a escola de psicoterapia que fundou. Frankl se torna o cientista com o maior número de condecorações de todo o século XX, recebendo trinta títulos de Doutor Honoris Causa e sendo convidado a dar palestras em mais de 200 universidades, nos cinco continentes. A própria Madre Teresa de Calcutá o indicou para o prêmio Nobel da Paz.

Em 2 de setembro de 1997, Viktor Frankl morre de problemas cardíacos, aos 92 anos.

O que é o ser humano?

A experiência nos campos de concentração levou Viktor Frankl a ter uma visão profunda do ser humano, que ele costumava definir da seguinte maneira: “é o mesmo ser que inventa as câmaras de gás de Auschwitz, mas que também entra nelas de cabeça erguida, com uma oração nos lábios.”

Nos campos, Frankl viu pessoas agirem como parte da barbárie, mas também presenciou muita grandeza de espírito. Por exemplo, entre os companheiros de cela, que se ajudavam mutuamente e lutavam para sobreviver a cada dia.

No seu livro “Em busca de sentido”, ele diz que nos campos “as pessoas ficaram mais diferenciadas; os indivíduos retiraram suas máscaras, tanto os porcos como os santos. E hoje não se precisa mais hesitar no uso da palavra ‘santos’. Basta pensar no padre Maximilian Kolbe, que foi deixado passando fome e finalmente assassinado através de uma injeção de ácido carbólico em Auschwitz, e que, em 1983, foi canonizado.”

Ainda em suas palavras, “o ser humano é o ser que sempre decide o que é”. Diante de uma situação que parece sem saída, seja uma guerra ou uma grave doença, o indivíduo ainda é capaz de encontrar forças para sobrepor-se a essas circunstâncias. Em cada uma delas, há um Sentido a ser encontrado.

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Quer saber mais sobre a vida de Frankl? Assista ao filme completo Além da liberdade em nosso canal do Youtube: 

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