Quando era piá de tudo, gostava de gibis. Especialmente de super-heróis. Mas nunca fui colecionador, aficionado, daqueles que quando crescem decoram prateleiras com bonequinhos.
À medida que amadurecia, fui perdendo o interesse. Natural, afinal, a forma dessas histórias são próprias para crianças maiores e adolescentes e quando deixamos de ser tão jovens os interesses mudam.
Embora até existam gibis mais adultos, como O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight Returns), de Frank Miller (não confundir com o filme Batman: O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan, que apesar de um título similar, aborda uma história diferente e não é uma adaptação direta) e Watchmen, escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons, ambas de 1986, e que também virou filme, mas não tão bom como os quadrinhos.
Só voltei a dar atenção aos super-heróis quando meus filhos vieram. Acompanhei filme a filme a saga cinematográfica da Marvel, encerrada com o épico Vingadores: Ultimato, de 2019. Aliás, falo dela em um dos episódios da segunda temporada do Crítica Cultural.
Também acompanhei a tentativa da DC de imitar a Marvel, mas tirando um e outro filme, a maioria é um porre de assistir. Os Superman e Liga da Justiça, de Zack Snyder, por exemplo, são chatos demais.
Faltou a Snyder o que sobra em James Gunn, responsável pelos melhores filmes da Marvel (a trilogia dos Guardiões da Galáxia) e contratado pela DC para tentar transformar este universo em algo digno dos gibis. E pelo que fez com o mais novo Superman, conseguirá.
O que sobra em Gunn é amor aos gibis e a compreensão de que a forma dessas histórias é adolescente. Snyder “adultizava” demais, tentava tornar o Superman num super-homem nietzscheano trágico. Insuportável. Gunn faz o oposto.
Seu Superman, pouco importa a idade que tenha, é um garoto cuja inocência ainda não foi perdida, mas a ingenuidade já não é permitida. Mentalmente, deve ter lá uns 16 anos, por aí. E como nesta idade as meninas costumam amadurecer antes, é natural que a Louis Lane do filme seja mais adulta do que ele. A mesma forma aparece nos Guardiões da Galáxia. Todos os personagens masculinos de Gunn são piás de escola e as gurias, também.
Por isso mesmo, os filmes têm de respeitar a forma meio tosca, leve e dramática desta época da vida. É necessário também um certo didatismo para expressar os temas (como o da bondade de Superman e a inveja de Lex Luthor), equilibrando profundidade com zoeira. Gunn faz isso com maestria, além de saber fazer uso de músicas conhecidas nos seus filmes.
O resultado final costuma agradar os adolescentes de hoje e de ontem, com pais e filhos saindo do cinema mais próximos um do outro do que quando entraram. Hoje em dia, isso vale mais do que parece.
Quando era piá de tudo, gostava de gibis. Especialmente de super-heróis. Mas nunca fui colecionador, aficionado, daqueles que quando crescem decoram prateleiras com bonequinhos.
À medida que amadurecia, fui perdendo o interesse. Natural, afinal, a forma dessas histórias são próprias para crianças maiores e adolescentes e quando deixamos de ser tão jovens os interesses mudam.
Embora até existam gibis mais adultos, como O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight Returns), de Frank Miller (não confundir com o filme Batman: O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan, que apesar de um título similar, aborda uma história diferente e não é uma adaptação direta) e Watchmen, escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons, ambas de 1986, e que também virou filme, mas não tão bom como os quadrinhos.
Só voltei a dar atenção aos super-heróis quando meus filhos vieram. Acompanhei filme a filme a saga cinematográfica da Marvel, encerrada com o épico Vingadores: Ultimato, de 2019. Aliás, falo dela em um dos episódios da segunda temporada do Crítica Cultural.
Também acompanhei a tentativa da DC de imitar a Marvel, mas tirando um e outro filme, a maioria é um porre de assistir. Os Superman e Liga da Justiça, de Zack Snyder, por exemplo, são chatos demais.
Faltou a Snyder o que sobra em James Gunn, responsável pelos melhores filmes da Marvel (a trilogia dos Guardiões da Galáxia) e contratado pela DC para tentar transformar este universo em algo digno dos gibis. E pelo que fez com o mais novo Superman, conseguirá.
O que sobra em Gunn é amor aos gibis e a compreensão de que a forma dessas histórias é adolescente. Snyder “adultizava” demais, tentava tornar o Superman num super-homem nietzscheano trágico. Insuportável. Gunn faz o oposto.
Seu Superman, pouco importa a idade que tenha, é um garoto cuja inocência ainda não foi perdida, mas a ingenuidade já não é permitida. Mentalmente, deve ter lá uns 16 anos, por aí. E como nesta idade as meninas costumam amadurecer antes, é natural que a Louis Lane do filme seja mais adulta do que ele. A mesma forma aparece nos Guardiões da Galáxia. Todos os personagens masculinos de Gunn são piás de escola e as gurias, também.
Por isso mesmo, os filmes têm de respeitar a forma meio tosca, leve e dramática desta época da vida. É necessário também um certo didatismo para expressar os temas (como o da bondade de Superman e a inveja de Lex Luthor), equilibrando profundidade com zoeira. Gunn faz isso com maestria, além de saber fazer uso de músicas conhecidas nos seus filmes.
O resultado final costuma agradar os adolescentes de hoje e de ontem, com pais e filhos saindo do cinema mais próximos um do outro do que quando entraram. Hoje em dia, isso vale mais do que parece.
E se o cinema pudesse transformar não apenas o que vemos,
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