Há quem assista a filmes para passar o tempo, e há quem os assista para compreender o tempo, a vida e a natureza humana. Francisco Escorsim pertence ao segundo grupo. Crítico de cinema e professor com uma sensibilidade aguçada para o belo, ele possui o dom de traduzir em palavras aquilo que muitas vezes sentimos, mas não sabemos explicar diante de uma grande obra. Foi para compartilhar esse “olhar educado” que o convidamos para uma conversa sobre suas preferências pessoais. O desafio foi ingrato: selecionar apenas cinco títulos em meio a sua vida de cinéfilo. O resultado, que você confere abaixo, é uma lista viva, honesta e repleta dos 5 filmes favoritos de Francisco Escorsim (até o momento):
***
No último episódio do “Crítica Cultural” eu citei 10 filmes que me marcaram, dizendo que, se fosse gravar uma semana depois, provavelmente mudaria alguns filmes porque a natureza dessas listas é assim mesmo. Já deve ter mais de ano que gravei, então…
Para atender o pedido de agora, fiquei com os 5 primeiros que me vieram de imediato da memória e fui conferir se eram os citados naquele episódio. Apenas dois se repetiram, que mantenho aqui, começando por eles:

Um filme que reassisto quase todo ano não tinha como ficar de fora. E acho que faço isso para ver se ainda me emociona. E emociona, toda vez. Muita coisa me encanta ali, desde a icônica longa cena de abertura. Fique atento à personagem Jill McBain, interpretada por Claudia Cardinale, uma das melhores personagens femininas do cinema.

Sim, vão dois como se fosse um porque os próprios filmes se encaixam narrativamente na mesma cena, final do primeiro e começo do segundo. O primeiro Rocky é cinema de gente grande, o segundo já começa a ser mais caça níquel, o que pouco me importa. Um personagem masculino sem maiores talentos cujo grande sonho na vida é casar, formar família e provar para si mesmo que é capaz disso. E consegue. E nem virar influencer. Pra aplaudir de pé.

Quer aprender o que é enquadramento no cinema, assista este filme. É uma aula magna. E de bônus ainda experimenta o encaixe perfeito da trilha sonora composta por Ry Cooder. Amo o ritmo deste filme, como se tudo se passasse entre a meditação e a contemplação.

Quantos filmes conseguem ser melhores do que as obras literárias em que se baseiam? Pois “A Festa de Babette”, de Gabriel Axel, consegue ser. E isso não é demérito para a obra de Karen Blixen, por óbvio. Mas o que o filme consegue retratar daquele momento milagroso de ação de graças, o livro não alcança.

Não sei por que não entrou na lista dos filmes para o “Crítica Cultural”, então tento consertar aqui, sem explicar muito. É o filme de terror que me iniciou no gênero, que adoro. Cheguei a importar a Fangoria, famosa revista especializada, quando piá. Para você ter uma noção do quanto me divertia, as brincadeira de “polícia pega ladrão” da infância eram “Jason pega todo mundo”, com quem fazia o Jason proibido de correr, apenas andar (e, óbvio, sem matar, bater, desmembrar etc). Era deliciosamente desesperador. Mas voltando ao filme, não faço ideia se é bom, it’s only horror movies and I like it. Uma coisa apenas eu sei que é genial: “ki ki ki ki ki… Ma ma ma ma ma”, a musiquinha icônica criada por Harry Manfredini a partir do último rolo do filme, quando a vilã surge e recita “Kill her, mommy!” (“Mate-a, mamãe!”). O “ki” vem de “kill” e o “ma” de “mommy”. Para conseguir o som, Manfredini pronunciou as duas palavras “asperamente, distintamente e ritmicamente em um microfone” e as colocou em uma máquina de reverberação de eco. E você nunca mais deixa de ouvi-las.
***
Gostou das indicações do Escorsim? Você não precisa procurar longe para assisti-las. Esses títulos e um catálogo repleto de filmes que respeitam sua inteligência e seus valores estão esperando por você na Lumine.
Clique aqui para assinar e comece sua sessão de cinema hoje mesmo.
Há quem assista a filmes para passar o tempo, e há quem os assista para compreender o tempo, a vida e a natureza humana. Francisco Escorsim pertence ao segundo grupo. Crítico de cinema e professor com uma sensibilidade aguçada para o belo, ele possui o dom de traduzir em palavras aquilo que muitas vezes sentimos, mas não sabemos explicar diante de uma grande obra. Foi para compartilhar esse “olhar educado” que o convidamos para uma conversa sobre suas preferências pessoais. O desafio foi ingrato: selecionar apenas cinco títulos em meio a sua vida de cinéfilo. O resultado, que você confere abaixo, é uma lista viva, honesta e repleta dos 5 filmes favoritos de Francisco Escorsim (até o momento):
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No último episódio do “Crítica Cultural” eu citei 10 filmes que me marcaram, dizendo que, se fosse gravar uma semana depois, provavelmente mudaria alguns filmes porque a natureza dessas listas é assim mesmo. Já deve ter mais de ano que gravei, então…
Para atender o pedido de agora, fiquei com os 5 primeiros que me vieram de imediato da memória e fui conferir se eram os citados naquele episódio. Apenas dois se repetiram, que mantenho aqui, começando por eles:

Um filme que reassisto quase todo ano não tinha como ficar de fora. E acho que faço isso para ver se ainda me emociona. E emociona, toda vez. Muita coisa me encanta ali, desde a icônica longa cena de abertura. Fique atento à personagem Jill McBain, interpretada por Claudia Cardinale, uma das melhores personagens femininas do cinema.

Sim, vão dois como se fosse um porque os próprios filmes se encaixam narrativamente na mesma cena, final do primeiro e começo do segundo. O primeiro Rocky é cinema de gente grande, o segundo já começa a ser mais caça níquel, o que pouco me importa. Um personagem masculino sem maiores talentos cujo grande sonho na vida é casar, formar família e provar para si mesmo que é capaz disso. E consegue. E nem virar influencer. Pra aplaudir de pé.

Quer aprender o que é enquadramento no cinema, assista este filme. É uma aula magna. E de bônus ainda experimenta o encaixe perfeito da trilha sonora composta por Ry Cooder. Amo o ritmo deste filme, como se tudo se passasse entre a meditação e a contemplação.

Quantos filmes conseguem ser melhores do que as obras literárias em que se baseiam? Pois “A Festa de Babette”, de Gabriel Axel, consegue ser. E isso não é demérito para a obra de Karen Blixen, por óbvio. Mas o que o filme consegue retratar daquele momento milagroso de ação de graças, o livro não alcança.

Não sei por que não entrou na lista dos filmes para o “Crítica Cultural”, então tento consertar aqui, sem explicar muito. É o filme de terror que me iniciou no gênero, que adoro. Cheguei a importar a Fangoria, famosa revista especializada, quando piá. Para você ter uma noção do quanto me divertia, as brincadeira de “polícia pega ladrão” da infância eram “Jason pega todo mundo”, com quem fazia o Jason proibido de correr, apenas andar (e, óbvio, sem matar, bater, desmembrar etc). Era deliciosamente desesperador. Mas voltando ao filme, não faço ideia se é bom, it’s only horror movies and I like it. Uma coisa apenas eu sei que é genial: “ki ki ki ki ki… Ma ma ma ma ma”, a musiquinha icônica criada por Harry Manfredini a partir do último rolo do filme, quando a vilã surge e recita “Kill her, mommy!” (“Mate-a, mamãe!”). O “ki” vem de “kill” e o “ma” de “mommy”. Para conseguir o som, Manfredini pronunciou as duas palavras “asperamente, distintamente e ritmicamente em um microfone” e as colocou em uma máquina de reverberação de eco. E você nunca mais deixa de ouvi-las.
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Gostou das indicações do Escorsim? Você não precisa procurar longe para assisti-las. Esses títulos e um catálogo repleto de filmes que respeitam sua inteligência e seus valores estão esperando por você na Lumine.
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